terça-feira, 28 de dezembro de 2010

TRADUÇÃO DE MEU POEMA “VÁ SE DANAR” (FEITA POR DAI HAWKINS – DO PAÍS DE GALES)
Go and fuck yourself !

"Anger is a poison you drink expecting the others
die. "

(William Shakespeare)!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

To my dear friend Agrippina Pomar.

I do not run from the atomic bomb that is loving. you
I'm infiltrating the bones
And flee alone like an animal
Some friends are melting in their graves

My mystery will be made clear
Once I knew my way around pretty well
But I started gambling with life
I want to have new trials to clear my name
There is a statement about me claiming that I was
a communist in 1975
Do not disappoint me
The certain someone of mine who lives within me is satisfied.
Baby you're happy because I am far away out of your sight
I never crushed insects with my dirty boots
But it would be well able to crush this love of mine
From someone of mine living with me
He said things only my heart should say
You are struggling to yell
Strike at my house kicking chairs and sofas
I do not want change of heart
Did a perverse alliance with the cinema
I called an evangelical and he said
I had the dog on a lead.
Go and fuck youself !

domingo, 26 de dezembro de 2010

VÁ SE DANAR!

“A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram.”

( William Shakespeare)
Para minha querida amiga Agripina Pomar.



Eu não fugiria da bomba atômica que é te amar.
Estou com infiltração nos ossos
E como uma mamífera fugiria sozinha
Algumas pessoas amigas se derretem em seus túmulos
O meu mistério será escancarado
Antigamente eu sabia muito bem como me virar
Mas comecei a apostar com a vida
Ando atrás de novos julgamentos, para limpar meu nome
Há uma ficha a meu respeito que eu era comunista em 1975
Não me decepcionei
O meu alguém que mora dentro de mim está satisfeita.
Baby você está feliz porque estou longe de suas vistas.
Nunca esmaguei insetos com minhas botas sujas
Mas seria bem capaz de esmagar esse meu amor
De meu alguém que mora comigo
Disse coisas que não deveria mas meu coração
Está debatendo-se aos gritos
Espanco minha casa chutando sofás e cadeiras
Eu não quero trocar de coração
Fiz uma aliança perversa com o cinema
Liguei para um evangélico e ele disse que eu tinha o cão no couro.
Vá se danar!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

UMA XÍCARA DE SANGUE

"Gosto de viver. Algumas vezes me sinto muito, desesperadamente, loucamente miserável, atormentada pela aflição, mas mesmo diante disso tudo eu compreendo que estar viva é uma coisa grandiosa."(Agatha Christie)

Para meu querido amigo escritor e teatrólogo Blanchot





Eu dei um grito de carência

mesmo assim vi um filme violento e saí andando por aí.

quero me abandonar dormindo nesta noite.

Vigio Agatha Christie enquanto ela mata as pessoas e os empilha

/em pedacinhos.

Depois do ritual da morte eu e a dama do crime bebemos várias

xícaras de sangue com biscoitos.

Ríamos.

Ela dizia: "tragam mais duas duplas de xícaras! - tim tim! O sangue move

/o mundo! Um brinde a tudo aquilo que é vermelho!

Scotch!

Scotch é meu cachorro. - venha tomar sangue conosco!"

As luzes da casa de Agatha brilham demais.

- Os venenos são escondidos aonde? - Pergunto.

Ela solta uma gargalhada.

- Só sei querida que todo dia a gente precisa morrer um pouco. Olha

/que avião bonito vai passando...

O avião me acordou.

Sou uma rosa de pobre coração cansado.

Quero ser bem sucedida dentro de mim mesma,

/na escuridão uivante.

Sempre tive olho de águia para qualquer coisa que

/estivesse fora do lugar. O ruge de Agatha Christie descia

/como um riacho em seu rosto empoado.

Fazia muito calor.

Enfim, eu e a dama do crime tínhamos um relacionamento

/profissionalizado.

Viva o vermelho assassino!

Ainda tive tempo de fazer a seguinte pergunta:

- Agatha, como você passa seus dias nas horas de lazer?

- "Matando gente!"

A rainha sabia como se divertir.

Estou quase num beco sem saída porque

/abandonei uns vícios.

Estou no osso com aquele amor.

E se eu o visse hoje lhes daria uns tapas.

Quando você não aguentar mais e me telefonar

/vou acender um cigarro e ler um anúncio de utilidade

/pública com minha letra baixinha.

Me procure que eu te mando desamarrar um cachorro

/num carro estacionado.

Para mim, sua chuva não serve pra nada.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

VEJO A LUA ACENDENDO FOGO NO CÉU COM SUAS LÁGRIMAS

“Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo” ( Fernando Pessoa )

Para meu querido amigo Julio Emílio Braz



Sei que está ficando tarde

O motorista da van vai a toda na rodovia

Talvez ele ache a vida um tédio

Sou apenas uma moça cosmopolita perambulando pelo mundo

Não pareço disposta a tudo.

Nem por amor suportaria arranhões em minhas costas.

Eu beijo fácil e digo adeus.

Essas luzes trazem minhas vidas passadas às ruas.

Espanto a chuva com minhas galochas de gato de botas.

Chego molhada em casa e vejo aquele meliante encostado

No poste da esquina com sua curica de lado.

Deixei meu mau humor ali, na soleira do portão.

Agora vou encarar a noite inteira

Os sinos virtuais tocam para quase ninguém.

Adoraria encontrar alguém que desse para mim, sua noite inteira.

E a noite inteira fico acordada;tem dias.

A noite inteira guardo meu ciúme e observações venenosas.

Shakespeare me salva em algumas noites.

Quero ficar longe do dragão de fogo que às vezes explode em mim.

Telefone, se você tocar diga que não estou e que nunca

Me viu mais gorda.

Mordo uma maçã vermelha em seu dulçor.

Venha paz: fortuna dessa vida.

Alma penando do teu padecer e de tuas ossadas em pó

Ninguém deve sorrir.

Esquecidos de mim, os musos me deixaram.

Alguns ventos cruéis ajudaram em minha perdição.

Teu corpo vivo ou morto eu quero: uma rocha

Sou uma efêmera flor numa ampola fumosa.

Queria ouvir tambores somente para dançar.

Estou curtindo uma pena danada de mim.

Mais uma longa noite poética me espera.

O silêncio da poesia francesa me comove...

Por que nesse momento a poesia foi embora?

Vejo a lua acendendo fogo no céu com suas lágrimas.


Escrito por Rosa Kapila às 22h57
[ (4) Vários Comentários] [ envie

sábado, 18 de dezembro de 2010

O GRAU ZERO DE TODOS OS LUGARES
“Vivemos com os nossos defeitos como com os cheiros que temos: não os sentimos, eles só incomodam os outros.”
(Anne Lambert )
Para minha avó Emily


Amigo, deixe essa ladainha: tão sozinho
Lou Reed diz: os tolos se atropelam enquanto os anjos se contêm
Admita, não se pode ser esperto o tempo inteiro.
Alguém está interessado nos seus ossos?
Vou ficar no bar, quietinha e permanecer olhando pros meus pés.
Não sou o tipo que choraminga sobre uma garrafa de cerveja.
Nós dois precisamos algum dia dormir juntos.
Eu prometo temperar uma comida chinesa e gostar mais de
Truman Capote.
E direi que não acho carne algo nojento como se diz em Teresina:
/estou engulhada.
Hoje é dia de malote; pelo apagar e acender das luzes da comunidade
/que vejo ao longe.
As palavras se travestizam e as luzes viram sinais.
Dezenas de palavras-valise aparecem.
Já tomei meu golinho de café e acho que vou me mandar.
Mais uma vez, amigo, você não veio.
Não sei porque mas eu não me sentiria bem fazendo gracinhas de copo na mão.
Um garoto engraxate, com cabelo de tõin nhõin nhõin, pega em meus dois pés.
Mas digo, vou te pagar por esse teu sorriso.
“A senhora não devia frequentar esse boteco - diz o menino”.
Baby há muitas coisas que eu frequento e não devia. Sou do tipo
Que comete o erro 100 vezes.
Mas eu já matei células da cabeça e saí à francesa de copo na mão.
Garotinho, eu permito que você me veja feliz.
Sabe o que eu queria, menino?
Sentir o cheiro e o gosto dos lábios dele.
Nunca acordei extasiada com teu corpo.
Mas só você me fala de uma terra distante onde os sábios
Se beijam na boca.
Baby
Ensine-me como a lua que nasce
Ensine-me pecados
Ensine-me como se fabrica a história dos mistérios
Diga-me se eu tenho vícios e virtudes.
Me pendure num galho e me balance ao vento.
Não consigo manter minhas mãos longe de certos papéis.
Ponho sobre a mesa o dedo no ponto em que desejo aportar.
Sei quando te encontrar: vou ficar tremendo por dentro.
Sete dias tem uma semana e sete dias penso em teus pelos.
Quando o pecado chega tão longe só nos resta cuspir no
/no espelho e estapear a cara.
Hoje em dia não tem mais édipo, nem Jocasta, muito menos Freud.
Diante do desprezo a indiferença fica imensa.
Espero o dia em que você enfie o troço em minha boca cristã.
Só num mundo tão indisciplinado e cruel o amor pode esperar.
Penso no dia em que eu possa pousar um beijo em teu ouvido.
Já lutei muito para fazer do amor uma lenda.
É melhor combatermos a sombra.
Queria encontrar nos teus olhos retratados nos meus
/uma encomenda de felicidade
Só me resta trabalhar a paciência.

sábado, 20 de novembro de 2010

HONDO
Tudo é simples diante de um copo de água.In: O Avesso das Coisas
( Carlos Drummond de Andrade )
Para Tico Santa Cruz, fazendeiro do ar

Seria impossível a Jorja Luisa Borges não ter como
Carta na manga a estratégia da spider.
Finco-te o espeto e, espero a carne assar para eu comer.
Quebro-te o fêmur, o rádio, o carpo, o esterno...
Com essa graça brotam os lacteos enleios. E uma cobertura de filó no berço do hondo.
Eu trituro tudo. E daí? Quem vai triturar sou eu.
Não sou Sócrate, mas não tremeria diante do veneno.
Voltaire volta, endiabrado.
Minha alma nem mais sorri para meu peito
Tão imensa vive de amor insatisfeita.
Dou de mil a zero em minha liberdade e puxo o leite do bico de meu peito.
Eu produzo leite,queijo, iogurte, sou praticamente uma vaca.
Fujo para minha infância.
Dormi com o sal do mar em meus cabelos só para sonhar
E ouvir o grito da sereia.
Um homem puxa faca perto de mim e faz tragédia
No bucho da mulher.
Empapei-me de louro moído e com boca cheia de
Sonetos dei no pé, ave! Nossa senhora que praia é essa
Tão mal tecida de bem-estar.
Enovelei tudo num jogo de amarro.
O amor é um caldo de carne do diabo.
Fujo para me afogar num bar. Minha blusa de branco com bolitas
Pretas ficou rapada no coco.
Um dia eu fui santinha do pau oco e até cheirei rapé.
Eu vi o Cristo me olhar, zangado com meus dizeres.
Na “bolso da bluso” eu troco tudo mesmo.
Meu dinheiro foi banhado na brastemp, meu calção e
Boné enlameados.
Cheiro de sardinha gostosa... a minha boca não fala.
Vem! Ó sono!
Quero dormir ali, com meu amante da Atlântica
O que me sobrou do dinheiro comprei um frango com gosto
De isopor numa jaula girante.
Eu tenho pressa minha gente eu vim de dramas de carnes
De bode e chouriço de sangue pisado.
Eu vim da tonga da mironga e dos gemidos de porcos.
Eu vim de vozes chorando com lamparinas
Eu vim de Castro Alves das Áfricas.
Eu vim dessa tosqueira toda
Hoje em dia sou quase uma mona-ngamba
De manhã de manhãnzinha tomo a bênção a meu remédio.
p.s. hondo é uma palavra nagô.

sábado, 13 de novembro de 2010

O diabo veste Rosa

Texto de Joca Faria


A poesia jorrou no meu ser nesta tarde edupianamente planchêz ela veio nos escritos do poeta carioca...ela invadiu minha alma via telepatia ela já estava dentro de mim quando saí pela manhã pois Edu Planchêz a recitou num recital no mundo da quarta dimensão este texto já escrevi antes agora só o torno real nesta terceira dimensão...sou tão criança quanto aqueles meninos e meninas na palestra de Moacyr Scliar naquele garoto de origem africana que perguntou sobre sexo...sou a poesia marcada a ferro e fogo na alma adolescente.
O diabo veste rosa na tarde de domingo cinzento...navegamos no estranho mundo virtual...veste rosa e dá palpites interessantes sobre todos os assuntos...neste estranho mundo virtual...limpo meu pé e navego nas páginas de relacionamento do Orkut...desvendando o mundo feminino ...exposto na rede como nunca achei em livros nenhum...que aula da psicologia humana somos tão diferentes e tão iguais...o diabo veste rosa...neste fim de domingo...eu continuo tentando decifrar a esfinge para não ser devorado?
Converso com a artista plástica Ghabbi que fez lindos desenhos...expostos na UEB...e assim caminha a doce humanidade...mulheres se vestem para a sedução...o que é a sedução um jogo de prazeres entre mulheres e homens...mas quem é quem no mundo virtual...? Eu é que não sei ...tento decifrar estes labirintos para encontrar a minha saída? Encontre a sua...visto um terno xadrez e ando pelo centro de Belo Horizonte...sonhando em estar nu numa cachoeira...na serra que vejo ao longe...do hotel onde estou hospedado...
Sonhos com cenas de um filme que ainda não filmei...sou e não sou? Cadê ela ...cadê ...ela...não sei por onde anda Clarice?
Deve estar presa num espelho...mas os espelhos só abrem as portas...sempre tem uma saída...
Cadê EDU ele anda com ela pelas ruas de Copacabana...Edu e Rosa Kapila misturados um no outro sendo um em Ícaro Odin...assim caminhamos neste admirável WWW novo...eu você , Gabbhi e Júlia...que Júlia?
Não, ainda não conheço mas num clik conheço qualquer Júlia de qualquer lugar do mundo....


João Carlos Faria

Editora Gaia

Literatura, filosofia e arte...

www.mundogaia.com.br




Escrito por Rosa Kapila às 12h46

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

ALGUMAS DICAS PARA QUE SE ESCREVA UM CONTO

Para que se escreva bem, torna-se necessário aquisição de conhecimento.O desconhecimento ou, ainda, a suposição do conhecimento, fará com que o autor ignore possibilidades valiosas e utilize ferramentas inadequadas à formatação de um bom conto.



Nossas anotações são nossos textos-base. E, também devemos anotar o que vemos ou que ouvimos. Uma inspiração de momento, uma idéia. Escreva até que esgote totalmente o conteúdo de sua mente, até não conseguir mais escrever. Guarde, Isso será um conto em breve!

Se a informação não é preponderante para formatar um conto, elimine. Não seja, chato, cansativo ou repetitivo!

Evite a construção de frases longas demais. Evite parágrafos intermináveis e não crie personagens que não terá nenhuma fundamentação. Não se engane.

Tenha em mente em que estilo vai escrever e que efeito pretende causar.
Se você quer fazer um intertexto, tudo bem pode usar um texto-base.
Não deixe a narrativa perder a intensidade. Dê novas informações, percepções. Deixe “coisas” no ar, instigue a curiosidade.

Procure o equilíbrio. Um bom vocabulário qualifica o seu texto. Entretanto, cuidado para não menosprezar a capacidade de seu público.

Não repita palavras em curto espaço de texto. Use sinônimos ou elimine elementos supérfluos. Fique atento a isso!

As descrições são ferramentas importantes para o envolvimento no conto. Porém são breves e intensas. Evite exageros como: hiperbóles

O conto é um arsenal de imagens, sentimentos e emoções. Tente construções diferentes. Inverta orações, reduza artigos. Onde a trama se desenrola, é interessante dar ao leitor um pouco do perfil físico e psicológico da personagem. Sempre no ritmo da narrativa, nada de interrupções bruscas para descrições ou explicações.

Todo o conto tem uma significação. Mesmo que polêmica. O texto deve ser conduzido tendo em vista o EFEITO e a SIGNIFICAÇÃO.




O conto já foi dividido e dissecado de várias formas. Portanto, fica desconfortável recortá-lo a um olhar particular.


A ambientação é a alma do conto. Observe que a cronologia é interessante em romances e novelas. Entretanto, é de pequena importância no conto.O conto narra (geralmente) algo que já está em andamento quando o leitor iniciou a leitura, o contista deve, rapidamente, envolvê-lo no clima de sua narrativa.
Deve transmitir informações que se transformem em percepções, imagens, emoções.

A ambientação, embora fundamental, não pode ser cansativa, com excesso de floreios, com adjetivos repetitivos. Nunca mais que o suficiente.

Outro ponto muito interessante é que, durante a ambientação algo ocorreu, está ocorrendo ou ocorrerá. Naquele pequeno espaço do texto, algo muito importante vai acontecer.

É a hora de dizer e não contar. É uma etapa em que, normalmente, se gasta mais tempo. Apresentam-se os fatos, o contexto. Explica-se a trama mas, apesar disso, o conto ainda não está lá. O leitor, agora já interessado, pensa “bem, vamos ver onde isso vai dar. O final poderá ter vários nuances. Pode ser pra rir/chorar/causar remorso e o mais que desejar o leitor.











Rosa Maria dos Santos Kapila



www.rosakapila.zip.net
www.vozesderosakapila.blogspot.com
[21]9105-5698 Claro

terça-feira, 28 de setembro de 2010

ATRAVESSAR O CÉU TODO
“Por que Deus não fala comigo? Se Ele pelo menos tossisse”
( Woody Allen )
Para minha avó Emily – pérola dos países gelados

Que noite horrível...
Já pela manhã, bem na hora em que a lua voltava pro céu,
/tenho a sensação de estar caindo; parece que meu sangue coalha nos pés...
Estou sozinha em casa e, meu ser flutua, mas há um empuxo
/ na cama que cola meu corpo no estrado.
Vejo passos em minha direção; quero largar as coisas. E por que não posso?
Toda noite, as verdades do dia acabam.
E pensam que tenho nervos de aço.
Não quero ter pesadelos para reiniciar meus novos livros.
Tenho pendor pelas coisas erradas, entretanto queria ter um cachorro
/para abraçar e gostaria de começar uma espantosa aventura; pensar
/mais em irrealidades.
Só me sinto feliz porque adoro o que não presta.
Poderia até planejar uma perseguição amorosa.
Queria uma amizade agitada com cauda de serpente
/e fígado amargo.
Três vezes já velei eu mesma (...) me olhava no caixão
/e conversava com alguns amigos, sorrindo. Eu estava rindo
/de minha morte. Só nessa hora sou duas, mas tenho muita preguiça
/para morrer.
O sol tem suas razões e o dia suas agruras.
Peço ajuda ao destino, fruthos negociáveis e pães cruzinhos.
Dobro um papel que é um céu desenhado por mim
/mas o pensamento não cola
Tudo é falso, mesmo com a cola polar da infância.
O que me dará o dia de hoje?

É tudo tipo futebol: olho no relógio e mão no coração – uma pintura.
Talvez eu seja ignorada pela noite e ela, de malvada me deixa a ver navios.
Tento fazer minhas costuras, não concentro. Olho as Torres do Casarão
Do Visconde do olho seco e um pouquinho mais longe o castelo dos bombeiros.
Uma alma chega perto de mim e procura conversar
/não lhe faço festa como desejaria.
Não costuro
Não recebo ninguém cortesmente.
Só sei amassar pedra.
Meu corpo, de carne e osso dorme longe.
Alguém me conta um segredo que me abisma.
Procurar amor, cansa.
Ter amor, cansa muito mais.
Gosto de esquecimentos e se eu fosse Fernando P., descansaria de nada.
Quantos estratagemas inventei (...)
Quero que o meu tédio me beije de vez.

domingo, 26 de setembro de 2010

POEMA DE RUBENS EDUARDO FERREIRA FRIAS
Rosa dos tempos


Tudo converge
num ponto único
distantes do A
longe do Ômega

Momentos passados
apenas falácias.
Borges reinventa a vida
em secretos milagres
labirintos da memória

Sempre sobre o pó
indestrutível, enamorado
Em novas nuvens mutáveis
jogos infinitos renascem
no mistério de todas as Galáxias

Aqui estou: só e repleto
de tuas pétalas, estrelas
incandescentes, suaves,
minhas manhãs e meus lençóis


Rubens Eduardo

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

LOVE E-MAIL
"O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar".
Carlos Drummond de Andrade
Para Rubens, o muso


Tiro um cisco do dente e beijo minhas cutículas
enquanto as mordo
são comidas?
não
são cuspidas.
Tem hora que sou a maior surpresa pra mim mesma.
Corro para pegar meu ócio no laço.
Oh mar passageiro, venha aqui, me beijar.
Eu sei caro leitor tudo meu é fragmentado
minha estante tem um buraco onde eu maloco
Anne Sexton.
Fiquei com vergonha do espelho, esse ingrato que
me olha... e as paredes, raspei para plantar pregos.
Ainda escrevo cartas, escondidas, enquanto olho a fileira
de sapatos debaixo da cama.
Eu, que nem Garcia Lorca tenho medo do rosto dos sapatos...
mas olho meio que de cara fechada.
Hoje peguei minha vitrola que me acompanha há séculos...
amaciei e parodiei Jimi Hendrix:
- meu marido foi embora com minha melhor amiga. Sinto falta dela.
Tenho dez relógios me espetando os ouvidos. Não ouço a blindagem
da guitarra de Hendrix.
Quero encurralar palavras que me ferem.
Lá vem uma porta fechada mais uma mais uma mais uma
mais uma
Detesto porta fechada
Prefiro os espelhos vivos dos banheiros sem portas.
Amanhã pela manhã vem o sol pelo avesso me brilhar.
Daqui a pouco meus livros dormirão e a lâmpada me dará té logo.
Queria ser um ghost mas isso é um achado já perdido.
Vou fazer trabalho de agulha, como diria Machado de Assis em
"A Causa Secreta".
Vou passar em revista o mapa de Buenos Aires e, tentar
dormir deitada.

sábado, 11 de setembro de 2010

11/09/2010

--------------------------------------------------------------------------------

OLHANDO UM PIANO SEM MÚSICA

"As amizades reatadas requerem maiores cuidados que aquelas

que nunca foram rompidas" ( François de La Rochefoucauld )

Para meus amigos do orkut, do twitter, do scribd e para todos

os sebeiros do mundo.



Descongelo a comida numa noite de sábado sem visitas.

Passo na Riachuelo e tenho vontade de entrar num bar de bebuns

mijando no canto da parede.

Os cachorros olham e olham

os gatos se coçam.

Não estou nem aí pra tanta desgraceira.

Eu sou quase uma lady e não posso fazer nada.

Procuro um remédio que me deite; pois estou em pé

por seis dias.

Não quero saber de canalha

de canalha basta eu.

Não acerto contas com dores.

Encontrei minha horta quase morta porque ninguém a orvalhou

e ela diz que somos irmãs e que a afinidade nos une.

Dou uns passos em curvas falsas

tanta procura me entontece

penso em costas

penso em pernas

penso em pés massageados por mim

magra, aguentando peso macio

teu corpo é um gigante em meus braços de pandora.

Vocábulos andando ao léu me chupam pelo bueiro.

Adubaram minha veia com cloreto de sódio

vejo meus dedos tremelicando... tirem-me desse hospital

estudo todas as paredes com olhar de fúria

quero sair daqui

mapa, corpo vazio demais sem querer um voo

Uma roda de caminhão

E nada

Enferma

Eu

Casco de vida.






Escrito por Rosa Kapila às 14h35
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]
[ ver mensagens anteriores ]

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

23/08/2010 14:40 - publicado por Rosa Kapila [ Alterar ] [ Excluir ]


UMA FLOR SOZINHA,CORTADA E SOLTA NO AR

"A morte é um ponto-e-vírgula, não um ponto final"

( Jávier Godinho )

PARA CISSA GUIMARÃES





A flor quer um lugar onde os diferentes possam viver em paz

observo as horas que perderam meu relógio, no tempo puro.

Hoje, um pato gigante quase me matou de susto no Campo de Santana

antes de ver alguém fujo do pato e abraço minha vida em meus braços.

O ser humano já foi à lua e tem medo de ir à esquina.

Tolstoi, debaixo de meu braço, grita comigo e nos mostra

o fígado flutuante e níveis de sal desequilibrados de Ivan Ilitch;

o grande Ivan que sucumbiu à depressão.

Fiquei com medo do pato e, agora um cachorro paralítico me segue

e, meu relógio, reage, zangado com a perda do tempo.

Já vi que hoje é o dia dos bichos e filmes de cemitérios.

O realismo de Andrew Marvell me comove: "(...) o cemitério é

um lugar bom e privado, mas ninguém, penso eu, submete-se a ele"."

Hoje, briguei com minha lixeira; mas ganhei o dia encontrando-me com Edna.

Deito-me sob o teto desmoronado e sofro pela mãe que perdeu seu filho

que bailava num skate.

Sou dona de estados de espíritos raros e fugazes.

Quando minha memória terá o prazer mais intenso que ela possa obter?

Vejo minha vida que eu considerava obra prima, decaindo e não me desesperei, ainda!

Pedaços de meu corpo se arrastam pelo chão e, tipo Pompéia me vulcanizo.

Deito no chão areado de minha cozinha e observo que uma aranha tece meu destino.

Amor

Alegria

E ruína!

Aquela perturbação tem a sua importância.

Saudade de quintal com galinha e porco entrando pela cozinha.

Nossos corpos são tão frágeis como os corpos de traças e aranhas.

Mesmo a pessoa mais poderosa não é nada, diante de uma montanha.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ESTOU USANDO PEDRAS DE PONTAS AFIADAS PARA FAZER
UMA ARTE TOSCA
"Em meu ofício ou arte taciturna (...) escrevo essas páginas de espuma
(...) que enlaçam as dores do século, que não me pagam nem me elogiam
e ignoram meu ofício ou minha arte"
( Dylan Thomas )
Para meu grande amigo Antonio Carlos Rocha

Passo minhas noites brincando com pedras
/de pontas afiadas a fim de fazer uma arte tosca.
Cobro pouco por essa angústia ancestral e perpétua
Sou uma camponesa com um par de pés querendo caminhar
A alegria é irmã gêmea da fraternidade
a segunda tira partido da primeira.
Tenho minhas dúvidas se Jesus foi carpinteiro.
Eu seria uma camponesa ceifando os campos?
Não vejo nenhum pau para eu incendiar
mas tenho um corpo Freudiano.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

HARTHES & FRUTHOS CORDEROSA
“Não vejo mais esse a quem quis”
( Fernando Pessoa )
Dedico esse poema a Rubens Eduardo Ferreira Frias
Cadê aquela curva do horizonte, de Pessoa?
Preciso deixar meu filho dormir.
Esbaforida com olho de ficção científica trago sangue
/escorrendo pelo corpo (...)
O Cristo Redentor me manda uma brisa leve que passa
/sem me ver.
Quem quero que me conheça, de mim foge.
O cheiro de mamãe me nina.
Meu ouvido é uma toca para a ratazana que aqui mora, cheirar.
Não te matarei,rata, por isso te peço: foge para as terras do Alasca.
Sou sombra que se arrasta até minha querida horta e minto
/para o chão que é um espelho.
Entre estragos vou e venho mas até os mendigos têm o
/direito de ir e vir de seus albergues.
Sou a grande fhlor de Pessoa que não dura e senhora
/do amor que não vejo mais.
Se minha mãe, morta, me ninou, outro símbolo azul está com ela.
O amor que tanto esperei, inútil, chegou atrasado.
As indefinições se desdobram como pétalas em aberturas.
Tenho muito mais saudade da obra alheia do que da minha.
Re-visito as horas amadas, mas não te encontro, amor.
Há apenas sombras de nossos sapatos, roupões, lençóis
/e meus pés pisando nos teus em busca de uma procissão
/pela janela.
Paixão com paixão colore o mundo.
Todos os santos estavam lindos.
Até hoje não estou curada daqueles três dias de beijos.

terça-feira, 27 de julho de 2010

SOU ATORMENTADA POR MEUS LIVROS DO CAFÉ DA MANHÃ

AO JANTAR.

"A vida ideal consiste em ter bons amigos, bons livros e uma consciência sonolenta."
(Mark Twain)
Para meu amigo Feliciano Bezerra ( o famoso Fifi)

Epicuro me disse que só os alimentos e um abrigo são necessários aos humanos.
Desculpe, Epicuro, mas estou com alguns sofrimentos físicos que conferem
/minha amargura. Ah se o que acontece fosse somente obra nossa!
Meço minha altura sem minhas pernas de pau e ouço notícias velhas em árvores mortas.
Preciso refletir sobre a breve passagem do tempo antes de sua extinção e raciocinar
/muito para onde meus pensamentos devem ir.
Tenho esperas distorcidas; apesar de abençoadas.
Não adivinharás mais como funciona meu desejo. Pergunto-me: por que parei
/de apreciar J. depois de possuí-lo por tanto tempo? Satisfação duradoura?
Somos infinitamente incapazes de tê-la.
Em meu caso vivo substituindo uma angústia por outra.
Concomitantemente fabrico eventos emocionais: esperas de bons ventos
para meu platô e judiar meu cérebro como se quebra uma noz com um martelo.
Ah os abandonos! Fiz cálculos metódicos de alguns e descobri que sempre
invejei a coisa errada e sou atormentada por meus livros do café da manhã
ao jantar. Dê-me seu sofrimento, que eu o interpreto.
Divido angústias de tempos e ventos com Virgínia Woolf: se houvesse frango,
pegaria uma coxa; se houvesse uma corrente de ar, me sentaria nela.
Hoje o Cristo Redentor está enfeitado de sol e nuvens de chuva.
Visualizo emoções condensadas no céu: um avião circulando sobre minha cabeça
e nuvens encostadas no chão.
Edifício Imperador 2010 - 19 - 07

quarta-feira, 14 de julho de 2010

QUE DIFERENÇA FAZ NÃO ACABAR O DIA, SE TODOS

SÃO PARECIDOS?

"A fome não é exigente: basta contentá-la;

como, não importa"

(Sêneca )

Para meu querido Ícaro Kapilo





Saí para jantar fora mas esqueci.

depois lembrei-me porque: o restaurante

formava algo como uma parede cinzenta e firme

Fiquei andando por aí com fome

mas não sabia que estava com ela.

Pratiquei a arte de chutar tampinhas

que tomo de empréstimo de João Antonio.

E disse para os pombos: meu amado, daqui a um

instante vou te trair.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ETHERNET
"Há realidades que não se manifestam em nós"
( André Salzano Masini )
Tentei escrever ouvindo o som da geladeira
mas precisei ir ao banheiro e dei de cara
com um pente imundo.
Boto e tiro o pente da cabeça, mas ele não.
Não tenho forças para ninar nem meus comprimidos
Tudo isso no dia em que Michael Jackson
foi comprar um lar com Deus.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

[francisco miguel de moura] [franciscomigueldemoura@superig.com.br] [http://franciscomigueldemoura.blogspot.com]
Seus poemas são instigantes, sua cabeça é uma panela de pressão, fervilha, borbulha, de saem ótimos versos, algums poemas bem interessantes, bons digamos, nota dez, mas é preciso ter um pouco de contenção para que fiquem mais tempo na mira dos observadores críticos e educadores - eles são a mídia. E nós não vamos longe sem eles. Não é bom arriscar. A internet é excelente para exercícios, mas precisamos de mais. Estou falando também por mim. Pra frente, amiga Kapila, você é sempre aquela pessoa maravilhosa e que nao fica parada olhando o tempo. É bom. Abraços chico
[Rosa Kapila] [rosakapila1@yahoo.com.br] [www.rosakapila.zip.net]
meu querido chico miguel, aliás, meu padrinho. devo meu início literário todo a vc.eu já fui muito molenga nessa vida. sustentei dezenas e dezenas de pessoas....ATÉ AÍ TUDO BEM, POIS São Paulo já disse que fora da caridade não há salvação. que bom que vc. disse que sou uma panela de pressão....não tenho medo de nada....só 3 coisas me interessam nesse mundo: Icaro, papel e livros. mas alguns membros de minha família que são sustentados por mim vivem me marretando...daqui a 100 anos quem lembrará disso? e olhe que eu me seguro...mas vc. ainda não viu nada.....dezenas e dezenas de poemas sinistros estão vindo por aí.hoje em dia eu publico o que quero. Quanto aos outros explico: sou profª de mídia.... minha mídia ainda não chegou aos pés do que pretendo. Virgínia Woolf não quebrou uma garrafa de wisque na cabeça de um crítico? Porque eu não posso quebrar uma menorzinha? abraços, beijos e queijos

02/07/2010 09:53

quinta-feira, 1 de julho de 2010

UM CÉU ALGODOADO

"Um tufo de algodão
flutuando na água
uma nuvem"

( Rogério Martins )

Para meu amigo André Borges

Trabalha sol

enquanto eu fico sentada sem fazer nada.

a melhor coisa do mundo é piscar os olhos

para o sol e nada fazer.

e eu aqui olhando Brad Pitt sem a Jolie do lado

eu queria disparar que nem uma égua na corrida

vários relógios tilintam sua solidão.

ao final da tarde fui ao Catumbi

e deixei que minha alma saísse por meus olhos perplexos....

diante de dois cadáveres não sei como pulei por cima.




Escrito por Rosa Kapila às 10h17
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

28/06/2010

--------------------------------------------------------------------------------

Caro leitor,

se você quiser ler meus mais recentes poemas, por gentileza

veja meu blog: www.vozesderosakapila.blospot.com

O zip net está cheio de problemas.

obrigada

rosa kapila


Escrito por Rosa Kapila às 15h07
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]
[ ver mensagens anteriores ]
Busca na Web:
Perfil
Meu perfil
BRASIL, Sudeste, Mulher

H

domingo, 27 de junho de 2010

AOS MEUS PARENTES SERPENTES
“A solidão se reflete, no olhar, que expurga o som do ranger da alma. Um brilho opaco de uma sombra branca com gosto de água amarga e sal sem doce”
( Augusto Vicente )
Para meu querido irmão Lásaro Venceslau dos Santos, por motivos óbvios.

A espuma do feijão preto,fez-me lembrar a espuma do mar
E eu própria, espumo ao zumbido de um tango.
Familiares me atiram pedras dizendo que não escrevo o
/que escrevo. Qual alma me escreverá?
Uma personagem da família ainda questionou: quem diabo ler aquilo
/que ela escreve?
Respondo de memória: tem muito diabo por aí me lendo.
Outro parente que eu alimento e que é desafortunado disse que
/sou mitônoma.
Trago na algibeira um ditado popular:”não sei se caso ou se compro uma vaca.”
E os parentes sem dinheiro sempre retornam atrás de minha grana.
Fiquei surpresa com o tanto de doença que alguns me deram...se não me engano tenho
/8 doenças incuráveis... bem caros leitores eu não poderia morrer sem escrever sobre
/esse censo do IBGE-BREGA a meu respeito.
Dessa forma já já a galinha dos ovos de ouro vai pras cucuias.
Antes lhes daria um soco lindo em cada olho e quebraria os dentes
/das infâmias com uma garrafa de gatorade.
Nessas horas sou bem Bukowskiana.
Fatiarei pepinos para manter a sanidade
/quando eu eclipsar-me no nº 2.
Deixarei o mundo em chamas para eles todos
Jogarei pedras como uma criança... e vou avisando; o melhor do
/touro está nos chifres.
Tenho um gato de 25 anos que me lambe e me traz muitos beijos
/de viagens.
Todos esses familiares engasgados com cebola precisam de muito mais sorte
/do que eu.
O Gatorade irá também para os dentes daquele diabo
/que incendiou meu fogo e partiu como uma faca parte
/um tablete de manteiga.
Minhas raivas, às vezes são trambolhos que atiro no ar e eu
/viro um terror.
Sinceramente, com a raiva que estou eu os embarcaria
Na Nau Catrineta para apodrecerem num porto bem longe de mim.
E aquele pau que nunca me incendiou irá junto.
Conheço alguns desfiladeiros bem próximos
/ao mar que espuma.
Fale mal de mim mas não de minha obra.
Já inventei muita gente que me inventou.
Vou fazer de você que fala mal de mim,
/um trapo endurecido.

Beijos a todos vocês meus caros leitores.
Venham tomar café com a autora na sala Rosa Kapila
Prometo que não mordo ( marque a hora (21) 9105-5698

sábado, 26 de junho de 2010

O TRIO DE OSSOS
“O desprezo é uma pílula amarga, que se pode engolir, mas que não se pode mastigar
Sem fazer caretas”. ( Jean Molière )
Para minha conselheira espiritual, Silvana Pimentel Batista

O desprezo faz milagres, a indiferença dele me curou.
O pecado mora em meu bairro; e eu uma pastora nômade que
/faz guerra a seu vizinho.
Assumi a postura de uma *Masan derrotada.
Vou criar um império Caldeu ou Neobabilônico e morar
/nas montanhas Zagros
Depois viajo atrás de meu amor de Gobi.
Quero passar por uma suposta conquistadora
Talvez eu deva considerar os mistérios da natureza
Meu prolongado isolamento é matemático
É muito esgoto para meu gosto
E se não sou um cão que briga bem tenho a sorte
/de ser boa perdedora.
Meu remédio de labirintite acabou e eu caio dentro do
/guarda roupa.
Arrasto-me até a cozinha,sento-me no chão, abro a porta
/da geladeira e entro.
Passa o calor
Passa a tonteira
Passa tudo.
Lavo minha cara e pescoço com gelo: dizem que espanta qualquer
/ebó.
A única panela de barro que eu tinha, quebrei contra a parede / e me rastejei para dentro e para fora de casa.
Estou só... nenhuma carne para eu chupar.
Um osso, dois ossos e mais um osso se completam.
É difícil dar alimento ao vento enquanto ele ri de tua cara.
Vomitei em minhas pernas; mas as pernas são minhas.
Não desgosto da vida
Todavia hoje eu queria beber uma pá de álcool
/e ingerir farofa com torresminho
Que me importa que esse poema seja sujo; pois igual minhas pernas
/ele também é meu.
Vou tirar uma foto sentada em um cactus na Serra da
Capivara e ficar ali, bem abandonada.
Hoje é o dia de uma grande derrota minha.
Quem diabo vai querer herdar “as delícias do planeta Terra?”
Quero ser vagabunda que nem um meteoro
Rasguei o poster de boa mãe.
Eu me pergunto porque não fiquei louca com o fora
/que levei.
Passei uma semana dormindo com um jovem
/de 25 anos.
HOMEM TRAI
E MULHER SE VINGA.

*Masan é mais um de meus pseudônimos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

PAULO NUBILE MEU AMOR
“Tua mansão, teu corpo
Síntese
Farol do rio”
( Paulo Nubile )
Obs: este é um fragmento de um poema que Paulo escreveu em carta
Para mim, em 27 de janeiro de 1998

Ofereço para ti meu amor meus melhores poemas
Quando na calada da noite me sonhas e beija minha alma.
Eu tenho os passos da lua /das estrelas/dos céus para te seguir
/alma ambulante.
Veja meu amor saio agora da vigília... estou doida de saída e muito mais doida
/para te mostrar minha tatuagem de teu rosto em minha virilha.
Encontrei uns pratos rachados de nossa viagem à França
Tua camisa de quadradinhos amarelos eu cheiro todo dia
Roubaram nossas cartas meu amor mas o lençol que me destes está aqui
/Embolado em meus pés.
Olho o crepúsculo e o Cristo Redentor e te vejo quando
/ninguém está por perto.
Minha nuvem predileta me pego esperando o “sonho” com café
Eu não teria coragem de registrar aqui a vontade de morrer
/em “nosso jardin secret”.
Meu amor me mantenha informada do que acontece aí no céu.
Insana te remeto tudo daqui.
Naquele hotel de Caçapava eu untava tua boca com meus lábios de manteiga
/apenas uma pequena referência ao filme “O útimo tango em Paris”
E você: “fique em pé, nua e olhe para mim” para enfrentarmos o mundo caminhando
/em lindos tetos, apagando luzes de poste. Como era verde o meu vale.
Eu preferiria ter morrido naquela noite a viver chorando hoje.
Não ver mais o teu corpo é como jogar pedra na lua e querer ouvir
/o barulho daqui de baixo.
Meu amor, me sonhe hoje
Me sonhe toda noite
Eu rezo/canto/choro/bato ovos/descasco abóbora/faço purê de maçã/pego táxi/
/olho para lindos homens/planto hortênsias/faço sonetos
Mas quando o dia nascer haverá um sol me acordando
/para me apontar os postais que te escrevo
Um copo com água me acalma
Meu amor morto por que tenho que lutar com essa batalha?
Um mosquito me morde enquanto tomo café no parapeito
E peço forças ao Cristo Redentor.
Se eu pudesse encaixava minha cabeça em meu pescoço
Meu ronco me acordou porque eu viajava bodada
Estava já na CENTRAL DO BRASIL
Procuro uma lata de lixo e vomito, minha calça jeans
/parece um papel corrugado.
No próximo bar eu lavo a cara.
E, hoje,sentada em teu túmulo mando
/fotos para o mundo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

FUI COMPRAR UMA ALMA EM PARIS
“Cada um tem o seu passado fechado em si, tal como
/um livro que se conhece de cor, livro de que os amigos
/apenas levam o título”
( Virginia Woolf )
Para a queridíssima Maíra Varela

Eu não seria escritora se não criasse lendas a meu respeito.
Uma vez tentei fazer em pé numa mata fechada.
Ele dirigia sorridente e mascava ping-pong. Estávamos na Inglaterra.
- Onde será o local do crime?
- Sei lá...qualquer um serve.
Fomos para um bosque cheio de carrapicho
- “Feche as portas do carro” – pedi.
Ele espantava os muruins e, depois, fumou um cigarro.
Garrei um garrancho e cisquei na areia para pôr
/nossos nomes que ao primeiro ventinho seriam apagados.
- “Você é louca” – ele disse.
“Eu só quero o seu corpo estilo guarda-roupa” – pensei.
Ele sofria da ”síndrome da privação cultural”.
No outro dia no fone:
“Eu te amo!” Solfejou.
- Vai sifu! Falei como falam os homens de cais de porto.
Não tenho tempo a perder, sou uma pensadora da indiferença.
Minha bolsa é uma calça.
Viajei para cheirar minhas flores de limão; melhor que ficar fazendo
/buraco na água.
Tomei de empréstimo de Camilo Castelo Branco
/um dinheiro e fui comprar uma alma em Paris.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

FERVA VOCÊ, A MINHA TEMPERATURA
“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”
( Paulo Freire )
Para minha querida irmã Ana Vitória de Carvalho Santos


Neste século não há igrejas para curar a alma.
Conto as pílulas de Ícaro Kapilo em minha mão: beleza de corolário.
O Limbitrol é lindo! Verde e rosa que nem mangueira.
Dor, dolor,dolores,dolorido,dolorium
Eureka!
O sangue se move!
Querida memória minha que dança, vou me queixar a Flaubert,
/a maior autoridade em adultério.
Eu não ignoro nem um inseto, imagina o amor...
Aquele calor gostoso que vem da espinha e nos deixa de orelhas quentes.
Quero-te febre,bêbado,caótico.
Estar contigo numa praia de Formosa, numa noite escura.
Tenho que carregar meu sexo numa Caixa de Pandora para me movimentar.
Neste instante sou abelha com pontos escuros nas asas meu amor se
/movimenta como um germe móvel com aparência de uma vírgula.
Se eu pudesse matava esse amor em pleno vôo pela Rio Branco.
Parece que um mosquito tigre listrado me picou.
Um dia eu te pego numa armadilha com clorofórmio.
Eu, um animal selvagem picada pela mosca tsé tsé te transmito em sonho
/as minhas provocações.
Gostoso seria morar em Zululândia com fratura não soldada no braço.
Sempre tive uma boa relação com as moscas, tomaria quinino em
/vez de Amytril.
Ele me causa tremores tanto quanto o demônio preocupa o Vaticano.
Forro minha cabeça de chapéus e tricôs.
Meu jogo favorito é girar minha sombrinha inconveniente
/quando na chuva corro atrás de ti.
Tiro toda a roupa para os reflexos solares de meu espelho,
/que é especialista em cérebro.
Como andam meus fagócitos?
E minha febre pintada?
Queria uma noite prolongada de anjos mas sonho com terríveis bubos.
Fico com medo de ter “suor inglês” uma doença incurável e misteriosa.
O céu chorando comigo minha vida, me banha.

sábado, 15 de maio de 2010

A INÉRCIA DAS GRANDEZAS FÍSICAS
“Aprender sem pensar é tempo perdido”
( Confúcio )
Para minha querida amiga do meu coração Josefina
Neves Melo ( a famosa Josie )

Desci as escadas à procura de meu casaco,
/mas alguém me perguntou: “tem um fósforo?”
Onde cuspirei esses caroços de laranja que venho comendo
/todo dia para os rins... ou será dor na pleura? Acabei tropeçando
No entulho que volteou por entre minhas pernas como um cachorro
/buscando proteção.
Uma barata esmagada no caminho me deu náuseas. Numa mão
Em conchinha, como se segurasse um pouquinho de água, vomitei.
Os olhos dos perigos abertos sobre mim. Meu osso trapézio,estala.
É a dor... é a dor...
Eu queria ser Mao Tsé Tung por uma hora; pois a vida é feita de política
/e tática.
Agora é um janelão que estala e lá embaixo disparam sirenes de carros
/abandonados.
O menino grita: não pisa na taba. Eu sei... é a corruptela de tábua.
Lembro de minha mãe que não deixava que nem eu e irmãos
/pronunciássemos termos como: câncer,lepra, essas coisas...
Pensei naquele poeta que não tem hora de acordar... e fica aguado
/pelas biqueiras de chuva na rede.
Eu vou desaparecer agora, já que ninguém deu por mim.
Porque continuo cansada mesmo com esse descanso eterno.
Joguei fora aquela pequena conversa na escada.
Chegam-me às mãos contas mesquinhas.

sábado, 8 de maio de 2010

SAPATO DE MEIA-NOIVA
“Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
/e te pergunta, sem interesse pela resposta,
/pobre ou terrível, que lhe deres: trouxeste a chave?”
(Carlos Drummond de Andrade )
Para minha amiga do coração, Edna Maria Médici

Guardei meu sorriso no bolso. Quanto a você,
/fique aí parado, esperando por Deus...
Um corpo sem cabeça toma café comigo com rasgo
/na camiseta.
Este corpo quando não tinha onde dormir, pulava
/o muro do jardim de amigos e, ficava ali, na grama
/até ser acordado por um cabo de vassoura.
Camaleão, roubava as cores do sol.
Sabe-se que ruim ninguém é: apenas cruel.
Se eu sou uma camaleoa posso adotar qualquer
/sintoma: frio/morte/gelo/Antuérpia.
Para mim são as mesmas coisas. Sou dona de
/minha hipocondria.
E os estudos de meus remédios eu mesma colho
Em meus livros de psicotrópicos.
Só às vezes vezes viro uma jardineira triste.
Adoeço para neutralizar situações: “a terrível energia
/para a escrita faz bem.”
Não quero vê-lo nem vestido de ouro, indo para
/o céu com Jesus a esperá-lo.
Lá vem a lua, vazando o meu olho.
Sinto muito te dizer: você só tem uma hora para
/me achar no inferno.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

GERAÇÃO Y-WORD

“(...) sono que deslinda a meada enredada das preocupações,
/ o sono é o banho reparador do trabalho doloroso, o bálsamo
/das almas feridas, o segundo prato na mesa da grande
Natureza, o principal alimento do festim da vida.”
( Shakespeare. In: Macbeth )

Para meu amigo de todas as eternidades, Ricardo Cruz

Vou sair com mantos, sapatos de botões, escudos, chapéus e
/elmos.
Sinto que estou amamentando uma ninhada morta.
A indomada chegou, armadilhas e venenos não me pegam mais.
Minha alma está precisando ser aguada...
Eu não quero um cochilo psíquico.
Trabalhar certas horas é como ir ao inferno de Dante
/todo dia e ficar passeando no umbral.
Sou russa: uma paulada para os dias trabalhados,
/uma wodka para os dias de folga.
Posso ficar distante de um anjo
Porque este anjinho é um jumbo voando que
/você vai ter que montar o motor no ar.
Sorvo-me
Sorve-te
Engesso-te
Quero meu selvagem da motocicleta
E meu Blanchot de Paris.
Não começou
Mas acabou.

terça-feira, 4 de maio de 2010

NÃO QUERO MAIS ESSA CADEIRA DE TODO DIA
“O amor continua muito alto/muito acima/muito fora da vida, muito raro
/ e difícil (...)”
( Alexandre O’Neill )
Para minha querida amiga de infância Maria do Egito Lopes dos Santos

Planejar o mal às vezes é bom.
Vejo aquele homem cortado
/pela janela de Breton...
Tenho o pé coxinho no paralelepípedo da imperatriz e a certeza
Que assombro os olhos de certos míopes.
Fui safa quando galguei as escadas, enganando os porteiros.
Tropeço em centenas de lixo de sacos preto, tais quais defuntos
/de necrotérios. Na lixeira uma coca cola de bunda pra cima
/cheirava cigarros mortos.Urh!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Contudo, no pensamento me encontro alisando lençóis de cama.
Melancolia é meu pão.
Pus suas receitas debaixo de meu travesseiro
/para que meu cérebro as domine.
Depois escorrego meu corpo e elas se amalgam
/em minhas costelas.
São apenas xerox que posso picotar quando
/nasce a ânsia no ventre. E a apatia fuma perto de mim.
Chupo,cheiro e rasgo
Depois beijo “Som e Fúria” e em seguida corro para
“Palmeiras Selvagens.”

domingo, 2 de maio de 2010

CHOVE ANJO DE ESTREIA

“Mordei, pois, esta carne palpitante.

/feras feitas de gaze flutuante...

Lobas! Leoas! Sim, bebei meu sangue!”

( Antero de Quental )

Para meu amigo Braz Uzuelle, agora, anjo no céu.



Eu fujo nas biqueiras de minhas botas.

Comprei um café na Colombo mas só bebiquei...

Que vontade tenho de pedir uma droga!

Destrua-se Cartago!

Meu amor, foi só uma coincidência de flores

Vou fazer minha despedida, hoje, no cemitério.

Vamos ter uma grande noite esta noite.

Os altos e baixos da natureza humana me deixam assim:

/com cheiro de tabasco.

Eu sei caminhar sobre as mãos das pessoas

Sempre fui esperta e escolada.

O amor escrito vem aí

Porque gosto de olhar as pessoas dormindo.

Som e Fúria de Shakespeare diz tudo.

Quero compreender o mecanismo da fantasia

Preciso anotar minhas obsessões da semana

Desejo uma carta familiar de orador romano.

Todos os meus sonhos têm sido mirados/cortados/

/esfaqueados. Vivo correndo no sonho...hiperatividade?

Preciso reler Os Levíticos

Por que essa minha vontade de ser decadente?

Eu vou e volto a dias difíceis

Meu grande prazer é jogar com as datas

Colhe o dia, gôzo!

Tenho uma vítima para rangar

O cipó acompanha o pau.








Escrito por Rosa Kapila às 02h51
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

28/04/2010

--------------------------------------------------------------------------------

:: TE INSTALARAM EM MIM

“reminiscência,fábula,loucura”

( Jorge de Lima )

Para meu querido amigo Dailor Varela



Sigo meu amásio do céu, Alexandre O’neill concordando que “imaginar,

/primeiro, é ver. Imaginar é conhecer, portanto agir.”

Há dias odeio coisas a que não consigo responder.

Ruas, oh ruas... quem são vocês?

Oh Cesário Verde por que não vives e é meu vizinho?

Eu teria te dado amor.

Sou uma pobre amante de pé escorada numa árvore.

Meu tomateiro me dá muito mais atenção do que meu

/amor platônico.

Quero sugerir psicose sim

Freud atravessa minhas páginas.

Te daria um belo susto mastigando tua boca.

Uma senhora de fralda, num asilo me chamou de mariola.

Tento consertar a torneira defeituosa de meu banheiro

Mas o tormento continua pingando.

Tenho ossos crescidos e o bucomaxologista se grudou

A mim para analisar o dente de meu céu de boca.

Quero cuspir meu amor arruinado, antes de começar.

Sou uma mulher dupla/fixa/petrificada.

Já fui amada por um hamster chamado Jim Morrison.

Não se preocupe

Você não fez essa culpa em mim.

Lavei minhas tigelinhas e brinquei de comidinha

Eu cozinho nomes

Tu cozinhas as esperas

Ele cozinha filas

Nós cozinhamos gente

Vós cozinhais alcachofras

Eles cozinham medo e pedras

Ontem, tu eras hostil

Hoje, és um sábio.

Ah! Que vontade tenho de trancar aquela porta ( :: )




Escrito por Rosa Kapila às 23h01
[ (3) Vários Comentários] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

23/04/2010

--------------------------------------------------------------------------------

HALMOS & HALMAS

“(...) as delícias do céu estão em mim e os horrores do inferno estão em mim - 0 primeiro eu enxerto e amplio ao meu redor, o segundo eu traduzo em nova língua.”

(Walt Whitman )

Dedico esse poema a minha querida amiga Maria Luiza Ramalho.



Sobre duas mãos cruzadas que eu usei como sistemas de agrupamentos multiplicativos, criei minha base e adoto símbolos.

Quero ser como uma chinesa e registrar meus achados em lâminas de bambu. Ou em papel feito de trapos.

Sonhei que eu era amarrada por quatro cordões transversais; meu corpo era raspado e posto lado a lado com outros corpos. A chuva levou o resto do sonho.

Eu quero qualquer “Número N,” como no letramento grego.

Amo passear todo dia pelas ruas do Centro do Rio.

Depois que almocei com Ícaro na Rua do Carmo fomos à Livraria Travessa do Ouvidor.

O gato da Livraria gritou comigo e ele estava em cima de Buda.

Talvez me sinta impressionada pelos estudos das síndromes;

Li muito sobre “A SÍNDROME CRI-DU-CHAT” que em nossa Semântica

Seria “SÍNDROME DO MIADO DO GATO.”

Que se danem os gatos. Por que em todo sebo do Rio tem um (a) gato (a)?

Tem Hana, Botafogo, Açoka (rei da índia), Bolinha e até Alpha...

Por que há pessoas que miam?

Sei que existem seres que piam.

Não pude dedilhar os livros por causa do grito do gato, que é gata Palmira.

Levei Ike à faculdade e fui ao mar.

Tive um frenesi quando a onda do mar pediu para sentar-se

Perto de mim... aproveita; enquanto estou desesperada.

Seixos e gravetos me olham

Pássaro que voa ninguém mata.




Escrito por Rosa Kapila às 15h32
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

18/04/2010

--------------------------------------------------------------------------------

ROSTO DE CARNE CRUA

“O humor é a delicadeza do desespero”

( Carlito Maia – 1924 – 2002)

Publicitário Mineiro

Dedico esse poema a minha amiga Silvana Owen



Tenho três problemas famosos

O primeiro é transfinito

O segundo forma três números complexos

O terceiro: nada é palpável.

Tento tirar o texto da panela quando leio: “ lá vem o grito

/mudo dos invisíveis.”

(...) é palpável, é pedra e cal (...)

Daria tudo por um pequeno nada.

Quantas coleções de demônios eu já joguei fora?

Vejo o rapaz tão pobre, sentado no chão da Ouvidor

/ e uma placa: “ Vendo ninho de passarinho.”

As letras caligrafadas formavam lagos de lágrimas.

Hoje o sol me molestou de dia, e, a lua, de noite.

Lanço meus pés borbulhantes dentro de tuas portas

/ensapatadas...

O cheiro de desprezo, chegou, porque penso muito

/no berço da matemática demonstrativa.

Mas quando ele funga assim no meu cangote!

Ai!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!






Escrito por Rosa Kapila às 12h20
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

09/12/2009

--------------------------------------------------------------------------------

COSTAS CORCUNDAS CABELUDAS & DRINQUE MOLHADO

“Se calo, estou contemplando, se durmo, sou preguiçosa”

(Madre Teresa de Jesus )





Os quatro dragões de ouro

/da Tiradentes, rebrilham

no apagão.

Acho que só eu vejo, pois

/fugi do calor jogando o lençol

/pra cima.

Ah se eu tivesse os salmos como

/ofícios!

Escolheria meu melhor amigo: Salomão.

E não seria essa chapa rosa.

Pecaria bem

Porque no escuro eu peco melhor.












Escrito por Rosa Kapila às 18h46
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

02/12/2009

--------------------------------------------------------------------------------

CONVITE:

Estarei ministrando palestra

Sobre minha Literatura Infantil e Juvenil

No Colégio Municipal Maranhão, amanhã

Dia 03/12/2009, às 11 da manhã.

Av. João Ribeiro, 389 – Pilares – Rio/RJ

Fone: 2596 -9038

www.rosakapila.zip.net


Escrito por Rosa Kapila às 19h30
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

28/11/2009

--------------------------------------------------------------------------------

UM OLHANDO UM & UM OLHANDO OS OUTROS

“O coração em paz vê festa em todas as aldeias”

(Provérbio índio )

Para meu amigo Edson Melo



Cavuco os segredos de meus armários escuros, porões

/e quartos silenciosos.

Qual labirinto obnublado foi esse que me deu todos

/os sabores?

Pedaços de informações para perder o medo de

/estar errada.

Vôo até Sêneca com seus dramas vingativos

/e seu beijo final em meio à bruma.

Quero ser estimulada pela novidade da

/experiência imediata.

Meu corpo-mamífero-humano de bilhões

/de anos vira pedaços do ser.

O sol passa por mim como uma visão

/e finge que não me vê.

Blake me oferece rosas coradas

/quando o fecho de minha bolsa prende

/minha mão.

A poesia é biológica, não tem jeito.

Meus neurônios gritam para meus tímpanos

Ansiedades

Nostalgias

Devaneios

Carne pensante, faça sua saudação

/àqueles que me lêem.


Escrito por Rosa Kapila às 00h01
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

22/11/2009

--------------------------------------------------------------------------------

MOLHANDO O CAFÉ II

“Sou uma leitora obcecada. Sempre

que leio um livro tenho ideias que adapto

à minha vida”. (Rosa Kapila)





Salguei alguns livros para afastá-los

/das formigas... no decorrer de três meses,

/estavam molhados.

Agora, o sal insosso deixou os livros desminliguidos.

Mesmo assim, com o resultado caustrofóbico

/vou me arrastando até a fotografia de Deus, antes de

/salgá-la.

As traças não foram embora.Tampouco as formigas.

E nem as lagartixas.

Apenas os ratos odiaram o sal grosso.

Eu, ossuda, sem firmeza nos pés obnublados

/acompanho o vôo do pássaro cauteloso,

/no galho de um pé de graviola.

Estas cenas estão na peça que o Zé

/teatraliza.

Faço a vez da atriz com quem ele contracenará.

Deixo os pássaros fugirem floresta adentro.

Para desfazer o mal entendido ponho um gorro

/branco que um dia foi de meu filho Ícaro

/e escancho no cabo de vassoura...estou num cavalo

/que trota...

Zé pede para que eu requebre...

Acabo a cena sufocada. Há anos não faço teatro!

“Estou é quebrada”

Na casa desse meu amigo até os gatos

/são pintados

e tudo que chega ali vira peça de teatro.

No final do texto, dançamos ao som de

“Molhando o café”

Na verdade, molhados estavam os livros

Soltos os passarinhos

E as tanajuras passeando

Entre as lagartixas ariscas.

Rimos muito... até porque essa música

/é muito estranha...






Escrito por Rosa Kapila às 14h33
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

12/11/2009

--------------------------------------------------------------------------------

PROCURO ESSE QUE TRAZ MEU CORAÇÃO COM ELE

“Há cordas no coração que melhor seria não fazê-las vibrar”

( Charles Dickens )

Para: Maria Aldenires de Sousa Lima



Procuro você que traz meu coração com ele

/para dizer que vi quando a onda beijou o pé grande

/do efebo... nem Pégaso nem Perseu quiseram

/meu marido ser.

No firmamento de sol ardido

Bato contra o céu o olho; com minhas asas, escrava-anjo-nua,

/peço para terem cuidado com a minha letra miúda

e digo para as estrelas escondidas que procuro esse

/que traz meu coração com ele para dizer-lhe

/que tenho uma casa feliz, de ninho voador e um urubu

/da floresta vizinha que me dá bom-dia: só às vezes.

Procuro você, que traz meu coração com ele

/concordando que me repito só para me ver;

/mas tem dia que desvio-me de mim. E sei, pois alguém

/já me disse que ar tenho de degenerada.

Fecho o livro sobre estrelas e penso em meu amor

/que domina meu ar de altivez.

Um grande amigo me pergunta: quando poderei

/aproveitar a experiência alheia em meu próprio

/benefício?

Não respondo, pois procuro você que traz meu coração

/com ele e sinto meu pensamento se entrelaçando

/no seu e a chorar lágrimas de céu morto e vermelho

/de fogo; vejo no subúrbio os andarilhos e comboieiros

/que mamãe seguiu.

Divago

Divagas

Devagar; pois continuo procurando você que traz

/meu coração com ele e teço encantos em olhos cor

/de sangue para usufruir de boca que embriaga

/suspiros de amor/olhos/sombra/noturnos febris.

Nesse exato momento tenho inveja dos pássaros que voejam

/ em minha janela; as asas sacudidas escondem de

/mim um pedaço de céu azul.


Escrito por Rosa Kapila às 22h01
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]
--------------------------------------------------------------------------------

Sou grata a eles que me trazem alegria e ideias novas.

Eles me escutam também; aqui onde sou uma forte

/exilada e designer de penhascos solitários.

Procuro você que traz meu coração com ele

/para dizer que coloquei em bolsa o meu passado bem

/amado e dou pra algumas águias que viajam pelo mundo

/afora um travor de meus antigos dramas; aqueles

/ódios que cobri com os lençóis.

Oh alma amada, será que a essas horas estás voando?

Ele me diria eu sei, cada livro é um combate

/e certeza tenho que és capaz de mudar a noite

/só para inventar nomes e rasgar.

Firmo e assino, alguns pensam constantemente que engolem

/o teu mundo; todavia quando todos dormem a viração

/se dá nos benditos sustos: cobra, lagartos, plantas

/carnívoras.

A Rosa dá o espinho que tem.

Lê pra teu anjo da guarda... lindo que nem tua sorte.

Flor do céu

Flor da terra

Quando estava sonhando com Deus, me acordaram

/para continuar procurando você que traz

/meu coração com ele.










Escrito por Rosa Kapila às 21h56
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

28/10/2009

--------------------------------------------------------------------------------

RUA DA CARIOCA

“Calo-me, espero, decifro.

As coisas talvez melhorem.

São tão fortes as coisas!”

( Carlos Drummond de Andrade)

In poema: Nosso Tempo, do livro

“A Rosa do Povo”





As majestades viveram aqui onde a natureza

/já ficou velha e a morte morre muito mais.

As princesas, agora belas defuntas

/cavalgaram charretes e entre sombreiros

/farfalharam saias.

Antes, Rua do Piolho e após, do Egito.

Animou os dias de Machado jogando bola.

Ele foi criança e um dia usou calção.

Um quarteirão apenas para balançar bolsas.

Eu fujo

Tu foges

Dos ventos da Carioca.

Eu amo

Tu amas

E fervem os corações anônimos.

Vem, que a noite corre atrás de nós.

Aqui, namorados se enlaçam, se entrelaçam

/ e se dispensam.

Eu também já sofri de amor cariocando entre

/vendavais e trovoadas.

Chorei chuva e me atolei no cruzamento

/da Paraguai com a bifurcação da Rua do Verde de flores

/banhadas.

Livros/louças/bancos/correios e o Rei das Facas

/tem parede de oitão com as malas, malinhas, maletinhas,

/malão.

As árvores que se abraçam me abraçam enquanto

/estou amuada esperando o ônibus em frente ao Pilão

/de Pedra.

Elevo o olhar para o Monte Castelo

/e o Convento de Santo Antonio.

Lá vem a noite brigando com a noite.

Uma velha manca virando a noite na janela

/do sobrado pita um cigarro de macumba.

Apenas um quarteirão e cabe A Guitarra de Prata/ O Bar

/do Luiz/ O Cine Íris/ O Boteco Sinfonia Carioca/ O Cine

Ideal que Rui Barbosa abençoou/ O Pilão de Pedra que

/ um dia foi “Zicartola.”

E o primeiro Restaurante Vegetariano do Rio de Janeiro –

/paraíso dos naturebas.

Molambos entopem bueiros e quantos olhos morreram

/só ao te olhar.

Carioca, eu já caí na curva de tua lona!






Escrito por Rosa Kapila às 00h45
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

24/10/2009

--------------------------------------------------------------------------------

PLACA

“Nunca permiti que a escola

Interferisse na minha educação”

( Mark Twain )







ESCREVO PARA ESBAGAÇAR

AS MINHAS TRIPAS.

É ESTA A ALQUIMIA DE MEU VERBO.




Escrito por Rosa Kapila às 00h04
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]
--------------------------------------------------------------------------------




Escrito por Rosa Kapila às 21h51
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

18/10/2009

--------------------------------------------------------------------------------



“MOLHANDO O CAFÉ I”

“Prazer maior que possuir uma biblioteca

é cavaquear sobre livros.”

(Charles Nodier )



Meu amigo Zé não vai à praia. Vai ao bar.

Enquanto como arroz branco com

/um montinho de ovos

/dou aquele grito mágico para que

/o Zé salve a Mãe-Terra e pense em sua salvação.

Ele faz o teatro: oh! Mundo/ ou Aurora!

“Me lembra querida que Cristo

/está me esperando!”

Gaiolas penduradas em sua casa

/me levam para cidades onde o acalanto

/ é gravado por pássaros de plumas vermelhas

É a nova peça do Zé.


Escrito por Rosa Kapila às 13h11
[ (0) Comente] [ envie esta mensagem ]

--------------------------------------------------------------------------------

04/10/2009

--------------------------------------------------------------------------------



TWITTER 1 - rosakapila - Blanchot - lembra da cena do filme? "Se essa lupa fosse perfeita dava p ver Deus no paraíso!" bjs www.rosakapila.zip.net30 minutes ago from web

rosakapila

Escrito por Rosa Kapila às 20h29
[ (2) Vários Comentários] [ envie esta mensagem ]
[ ver mensagens anteriores ]

quarta-feira, 28 de abril de 2010

:: TE INSTALARAM EM MIM
“reminiscência,fábula,loucura”
( Jorge de Lima )
Para meu querido amigo Dailor Varela

Sigo meu amásio do céu, Alexandre O’neill concordando que “imaginar,
/primeiro, é ver. Imaginar é conhecer, portanto agir.”
Há dias odeio coisas a que não consigo responder.
Ruas, oh ruas... quem são vocês?
Oh Cesário Verde por que não vives e é meu vizinho?
Eu teria te dado amor.
Sou uma pobre amante de pé escorada numa árvore.
Meu tomateiro me dá muito mais atenção do que meu
/amor platônico.
Quero sugerir psicose sim
Freud atravessa minhas páginas.
Te daria um belo susto mastigando tua boca.
Uma senhora de fralda, num asilo me chamou de mariola.
Tento consertar a torneira defeituosa de meu banheiro
Mas o tormento continua pingando.
Tenho ossos crescidos e o bucomaxologista se grudou
A mim para analisar o dente de meu céu de boca.
Quero cuspir meu amor arruinado, antes de começar.
Sou uma mulher dupla/fixa/petrificada.
Já fui amada por um hamster chamado Jim Morrison.
Não se preocupe
Você não fez essa culpa em mim.
Lavei minhas tigelinhas e brinquei de comidinha
Eu cozinho nomes
Tu cozinhas as esperas
Ele cozinha filas
Nós cozinhamos gente
Vós cozinhais alcachofras
Eles cozinham medo e pedras
Ontem, tu eras hostil
Hoje, és um sábio.
Ah! Que vontade tenho de trancar aquela porta ( :: )

sexta-feira, 23 de abril de 2010

HALMOS & HALMAS
“(...) as delícias do céu estão em mim e os horrores do inferno estão em mim - 0 primeiro eu enxerto e amplio ao meu redor, o segundo eu traduzo em nova língua.”
(Walt Whitman )
Dedico esse poema a minha querida amiga Maria Luiza Ramalho.

Sobre duas mãos cruzadas que eu usei como sistemas de agrupamentos multiplicativos, criei minha base e adoto símbolos.
Quero ser como uma chinesa e registrar meus achados em lâminas de bambu. Ou em papel feito de trapos.
Sonhei que eu era amarrada por quatro cordões transversais; meu corpo era raspado e posto lado a lado com outros corpos. A chuva levou o resto do sonho.
Eu quero qualquer “Número N,” como no letramento grego.
Amo passear todo dia pelas ruas do Centro do Rio.
Depois que almocei com Ícaro na Rua do Carmo fomos à Livraria Travessa do Ouvidor.
O gato da Livraria gritou comigo e ele estava em cima de Buda.
Talvez me sinta impressionada pelos estudos das síndromes;
Li muito sobre “A SÍNDROME CRI-DU-CHAT” que em nossa Semântica
Seria “SÍNDROME DO MIADO DO GATO.”
Que se danem os gatos. Por que em todo sebo do Rio tem um (a) gato (a)?
Tem Hana, Botafogo, Açoka (rei da índia), Bolinha e até Alpha...
Por que há pessoas que miam?
Sei que existem seres que piam.
Não pude dedilhar os livros por causa do grito do gato, que é gata Palmira.
Levei Ike à faculdade e fui ao mar.
Tive um frenesi quando a onda do mar pediu para sentar-se
Perto de mim... aproveita; enquanto estou desesperada.
Seixos e gravetos me olham
Pássaro que voa ninguém mata.

domingo, 18 de abril de 2010

Santa, La Guardiana de los Libros de Judite (cuento)

COPYRIGHT © ROSA MARIA DOS SANTOS KAPILA
TRADUCIONE: CARLOS ALTINO ALMEIDA DE SOUZA



Los objetos que pongo delante del espejo pueden asombrarse: peines densos, horguilla de la Indonésia, champuses franceses, cofias de la parada de autobuses. Y más: una gran nostalgia y una foto sacada de un calor insoportable en el que aparecen las gotas de mi sudor. Todavía conmigo hay una Nuestra Señora del Perpetuo Socorro de papelito, medio ablandado de vivir arriba de la nevera.
_ Yo dice: Voy a pensar.
_ Yo me quedo.
Aquí comienza mis días de fuga. Baje del autobus clandestino y me fui a trabajar en una ciudad después del pacífico. Yo leía para una señora ciega. La casa era grande y mi habitación inmensa. Jamás imagine que pudiese tener un empleo tan maravilloso en la vida. Fue una frase suya que me dejó aturdida y boquiaberta. Me quede con miedo de perder mi empleo.
_ ¡Ojo! Con mis libros porque un día todos desaparenceran. La muerte del libro está a cerca – dijo Dueña Judite.
Volví para mí habitación y pense en las cincuentas candidatas que tuve que me oponerme para lograr el empleo. En el día siguiente a la observación de la muerte del libro ella me pidió para que yo le cuente mis sueños. Lo peor aún:
_ Al revés de contar sus sueños, quiero que soñemos el mismo sueño .... para confrontarlos.
_ Imposible soñarmos el mismo sueño, Dueña Judite.
_ Saca de la boca palabras negativas si quieres seguir trabajando conmigo, Santa.
Por un rato yo había sido muy dura. Iba a decir : _ ¿ Cómo sueñan los ciegos? Aún que me detuve y murmuré un “perdón”.
La luz del sol era resplandeciente en aquella casa. Yo misma preparaba mi comida y ponía algunas sábanas en las ventanas para el sol no matar las plantas que empecé a cultivar allí. ¿Será que los libros vendrían a murrir de tanto sol? Dueña Judite me pasaba la lista de los libros para comprar y ella intentaba la orden de la lectura. Algunos lectores de mi afición ella odiaba. Pero hasta ahí, todo bueno, yo entendia. Por la noche yo no leía porque ella siempre tenía visitas. Dueña Judite no permitía que yo viese sus amigos. Otra cosa que yo sabía era a la manera que ella se alimentaba. Sólo sé que yo oía muchas voces y me parecía muy raro tanta festividad para quien es ciego. Quizá sea una exageración de mi de las personas parte desvalorizar la capacidad, delante de tanta bohemia leer para ella quedaba siendo inútil.
En la semana siguiente ella me pidió García Márquez, quería que yo comenzase con “Nadie escribe al Coronel” y luego en la secuencia “Ojos de perro azul”. Me pidió también que señalase algunos trozos y pasasepara el ordenador. Extrané. De otro modo, extrañaba todo ali.
Mientras el pobre coronel se dirigia más una vez al andén para saber si había la bendita carta esperada, ella me pidió que parase:
_ Entonces, ¿ Con lo que has soñado? Me pregunto de pronto.
_ He soñado que estaba sentada en uno de eses balcones, el primer de la izquierda para la derecha. Mis nalgas formaban dos almohadas como una puesta del sol al medio.
_! Qué sueño raro!
_ ¿ Entonces su culo era un sol?
_ Se poniendo.
_ ¿ Quién será usted para tener sueños tan raros? Pero sería un bello material para Salvador Dalí.
Amarilleé, pero tuve ganas para decir.
_ Soy la persona paga para leer para la Señora. Nada más que eso. Yo pienso que el sueño quedaría mejor en las manos de Botero.
_ Por Dios, un hombre que solo hizo mujeres llenas de grasa. Simple lectora ¿no te parece? Yá tuve muchas lectoras, pero no así. Para decir la verdad estamos sintonizadas porque soñé con un sol eclipsado.
Aquel “culo” con lo que dijo con mucha fuerza era mucho sério. Yo no podría oponerle. Dueña Judite era el tipo de persona que la primera opsición eliminaba la amistad. Ella pensaba que el dinero puede todo.
_ ¿ Puedo volver a la lectura? Pregunté para cambiar al tema.
_ ¿ El coronel yá leyó los períodicos del médico?
_ No. Él está decidiendo si vay a un funeral, pero yá alimentó al gallo.
_ Hum... deja García Márguez. Coge Virginia Woolf.
Cogí Virginia, pero ni siguiera abri “Al Faro”. Dueña Judite cismó con los diários de la autora inglesa. Hice la vista gorda. Empecé la lectura pensado en la historia de los sueños. Por la noche, solamente en mi habitación comencé a digerir la falta en soñar sueños iguales. Llegué a pensar en Raul Seixas .... “sueños que se sueña sólo es solamente un sueño que se sueña pero sueños que se sueñan juntos es realidad”. Decidi estar la detetive en aquella noche.
Me penetré en el bosque del jardín y me quedé escondida detrás de un árbol lejos.Vi hombres y mujeres elegantes llegando. Dueña Judite seguía con las mismas gafas oscuras pero abrazaba las personas con desenvoltura y parecía ver a todo y a todos.
“Dios mío”, ¿ pero que misterio será ese? “Comencé a juntar el rompecabezas: la idea de soñarmos el mismo sueño debía venir de la influencia de Gárcia Márquez. Yo yá había leído el cuento: “Me alquilo para soñar”. Pero se ella veía ¿por que me pagaba para leer? Todo era muy diferente alí. Bien más tarde llegó un monovolumen con entregadores de comida y bebida. ¿Cómo puede una persona ciega hacer fiesta todas las noches?
Cansé de espiar y me fui a dormir. Yo me despertaba muy temprano. Casi todos los días iba a las librerías a buscar novedades. Me sentía muy feliz en ser paga por eso. Después de dos meses de trabajo hubo una noche que senti la falta de los sonidos de las fiestas. Dueña Judite estaba sentada en una de sus habitaciones con un ordenador portátil en las piernas. Ella escribía.
ELLA ESCRIBE
Vi la frase bien larga, en caja alta, en mi pensamiento. Si ella escribe ¿por que no leía? Bien ..... escribir es un ejercício táctil.
El día siguiente ella me preguntó sí había comprado el libro del Saramago sobre la ceguera.
_ Ese Saramago es un enfadoso – dijo- pero necesito de esa lectura. ¿ El Borges tiene algun libro hablando de los ciegos?
Me preguntó al medio del Saramago.
_ Necesito buscar - dice.
_ Aquella bruja, su mujer que lo debe saber.
Llamaba María Kodama de Bruja sin verla. Había un resentimiento en sus observaciones. Dueña Judite amargaba más que el fruto de la jurubeba. Parecia una lacraia traidora. Yo odiaría tener que confiar en ella. Planeé buscar otro trabajo, pero antes descobriria aquelle engaño.
_ ¿ Está infeliz aquí?
_ No. Estaba reflexionando sobre la lectura. ¿ También sería adivina?
Sacó las gafas y uno de los ojos era fondo, igual _ Vou a ser sincera con usted.
un hoyo.
_ Este aquí es bueno. Veo bien con él. No se quede tan asustada. Luego voy a poner un ojo de vidrio.
Cogió el ojo que veía y puso las gafas sobre la mesa.
_ Podría sido peor – dijo.
_ ¿Quién hizo eso en su ojo? – Pregunté.
_ Mi marido. Su proyecto era picar los dos.
_ ¿ Dónde está su marido?
_ Está viviendo ahí, bajo sus pies.
Miré el suelo asustada. Creo en espiritos y en energía.
_ Su espírito debe vivir dando vueltas en eso aqui.
_ Lo bueno que solo el espirito. Lo peor si fuese materializado.
_ ¿Ustede le mató?
_ Con una pala. Di dos paladas en su cabeza. Fue más fácil de lo que imaginaba. Pero tengo atestado de óbito y hice el entierro y otras cosas. Mi plano era anticuo y este salón de piedra vivía en obras. Finalmente las reformas en la casa se acabaron.
quella maEn añana se fue al aeropuerto. Entró en el avión. Sentó. Abrió su maletita y vio que había olvidado en casa el original que llevaría para la editora. Cogió un táxi y vino aqui en casa. La tele estaba encendida y oímos la notícia que el avión que él cogería había esplotado en el aire. Doscientas personas murieron carbonizadas. Entonces yo tuve la idea de acabar con él y en trés minutos lo hice todo.
_ ¿ Y la polícia? ¿Y el funeral?
_ Era un hombre muy desconfiado. Su maletita era a la prueba de fuego, água y bala. Una verdadera caja negra. Mostré a la polícia el billete, la maleta ( que tuve el cuidado de ponerla en una hoguera con gasolina), robé un cuerpo quemado en los escombros y hice el funeral. Él está murtito, muertito.
_ ¡ Dios mío! ¡ Que maldad! Él era un escritor......
_ Maldad era lo que hacia conmigo. Sigue siendo escritor. Hago libros con su nombre. Digo para las editoras que me dejó centenas de manuscritos.
_ ¿ Por que não se lanza con su nombre?
_ No vendería tanto como él.
_ ¿ Se ve por que necesita de alguién para leer?
_ Necesito ahorrar mi vista sana. Es necesario alguién inteligente a mí lado que comulgue conmigo y con mis ideas. Usted es la persona ideal. ¿Quiere dividir conmigo la colaboración de los libros Santa?
_ Y esas fiestas que hace todas las noches .... el dinero que gasta ....
_ Tengo dinero para unas diez vidas. Necesito inspirarme en la compañía de escritores. Ofrezco bebidas para ellos y me hablan de proyectos de libros que jamás serán publicados. Siendo así, no me ha contestado. ¿ Quieres dividir conmigo las glórias de un escritor?
_ Voy a pensar. Yo dice vou a pensar. Pero me quede.
TRADUCIONE DEL DADOS BIOGRAFICOS DE ROSA KAPILA: SUZANA VARGAS:



Rosa Maria dos Santos Kapila es maestra hace 35 años. Actualmente dicta assescl en la Universidad Estacio de Sá de Rio de Janeiro. Posee 18 libros y muchos prêmios literários.Es Doctora en Literatura Brasileña por UNESP/SP con tesis acerca del poeta Mario de Andrade.
ROSTO DE CARNE CRUA
“O humor é a delicadeza do desespero”
( Carlito Maia – 1924 – 2002)
Publicitário Mineiro
Dedico esse poema a minha amiga Silvana Owen

Tenho três problemas famosos
O primeiro é transfinito
O segundo forma três números complexos
O terceiro: nada é palpável.
Tento tirar o texto da panela quando leio: “ lá vem o grito
/mudo dos invisíveis.”
(...) é palpável, é pedra e cal (...)
Daria tudo por um pequeno nada.
Quantas coleções de demônios eu já joguei fora?
Vejo o rapaz tão pobre, sentado no chão da Ouvidor
/ e uma placa: “ Vendo ninho de passarinho.”
As letras caligrafadas formavam lagos de lágrimas.
Hoje o sol me molestou de dia, e, a lua, de noite.
Lanço meus pés borbulhantes dentro de tuas portas
/ensapatadas...
O cheiro de desprezo, chegou, porque penso muito
/no berço da matemática demonstrativa.
Mas quando ele funga assim no meu cangote!
Ai!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 11 de março de 2010

AMIGOS, ME DESCULPEM POR NÃO ESTÁ POSTANDO MEUS POEMAS NESSES DIAS. PERDI 7 AMIGOS EM 15 DIAS. ESTOU ARRASADA, POIS ACABO DE RECEBER A NOTÍCIA DE QUE UM DE MEUS MAIS QUERIDOS AMIGOS RETORNOU ONTEM À PÁTRIA ESPIRITUAL ESTOU AQUI AOS PRANTOS....VOCÊS NEM PODEM FAZER IDEIA DE MEU SOFRIMENTO. TRATA-SE DO ARTISTA PLÁSTICO PAULISTA BRAZ UZUELLE. UMA DAS PESSOAS MAIS ESPIRITUALIZADAS DESSE MUNDO. Estou aqui aos prantos, não consigo acreditar que o Braz retornou à sua pátria espiritual.
meu querido amigo do peito e do coração sonhei antes de ontem contigo e conversamos tanto no sonho. Quando eu sonhar NESTA NOITE estarei no Hospital dos socorristas do plano astral. Então conversaremos melhor.
Creio que no plano astral tem muita luminosidade te esperando.

me consolo por ter certeza que nos encontraremos novamente num dia florido.
Que todos os anjos te recebam!!!!!!!!!!!!!!!!!
Rosa Kapila


Escrito por Rosa Kapila às 13h29