sábado, 20 de novembro de 2010

HONDO
Tudo é simples diante de um copo de água.In: O Avesso das Coisas
( Carlos Drummond de Andrade )
Para Tico Santa Cruz, fazendeiro do ar

Seria impossível a Jorja Luisa Borges não ter como
Carta na manga a estratégia da spider.
Finco-te o espeto e, espero a carne assar para eu comer.
Quebro-te o fêmur, o rádio, o carpo, o esterno...
Com essa graça brotam os lacteos enleios. E uma cobertura de filó no berço do hondo.
Eu trituro tudo. E daí? Quem vai triturar sou eu.
Não sou Sócrate, mas não tremeria diante do veneno.
Voltaire volta, endiabrado.
Minha alma nem mais sorri para meu peito
Tão imensa vive de amor insatisfeita.
Dou de mil a zero em minha liberdade e puxo o leite do bico de meu peito.
Eu produzo leite,queijo, iogurte, sou praticamente uma vaca.
Fujo para minha infância.
Dormi com o sal do mar em meus cabelos só para sonhar
E ouvir o grito da sereia.
Um homem puxa faca perto de mim e faz tragédia
No bucho da mulher.
Empapei-me de louro moído e com boca cheia de
Sonetos dei no pé, ave! Nossa senhora que praia é essa
Tão mal tecida de bem-estar.
Enovelei tudo num jogo de amarro.
O amor é um caldo de carne do diabo.
Fujo para me afogar num bar. Minha blusa de branco com bolitas
Pretas ficou rapada no coco.
Um dia eu fui santinha do pau oco e até cheirei rapé.
Eu vi o Cristo me olhar, zangado com meus dizeres.
Na “bolso da bluso” eu troco tudo mesmo.
Meu dinheiro foi banhado na brastemp, meu calção e
Boné enlameados.
Cheiro de sardinha gostosa... a minha boca não fala.
Vem! Ó sono!
Quero dormir ali, com meu amante da Atlântica
O que me sobrou do dinheiro comprei um frango com gosto
De isopor numa jaula girante.
Eu tenho pressa minha gente eu vim de dramas de carnes
De bode e chouriço de sangue pisado.
Eu vim da tonga da mironga e dos gemidos de porcos.
Eu vim de vozes chorando com lamparinas
Eu vim de Castro Alves das Áfricas.
Eu vim dessa tosqueira toda
Hoje em dia sou quase uma mona-ngamba
De manhã de manhãnzinha tomo a bênção a meu remédio.
p.s. hondo é uma palavra nagô.

sábado, 13 de novembro de 2010

O diabo veste Rosa

Texto de Joca Faria


A poesia jorrou no meu ser nesta tarde edupianamente planchêz ela veio nos escritos do poeta carioca...ela invadiu minha alma via telepatia ela já estava dentro de mim quando saí pela manhã pois Edu Planchêz a recitou num recital no mundo da quarta dimensão este texto já escrevi antes agora só o torno real nesta terceira dimensão...sou tão criança quanto aqueles meninos e meninas na palestra de Moacyr Scliar naquele garoto de origem africana que perguntou sobre sexo...sou a poesia marcada a ferro e fogo na alma adolescente.
O diabo veste rosa na tarde de domingo cinzento...navegamos no estranho mundo virtual...veste rosa e dá palpites interessantes sobre todos os assuntos...neste estranho mundo virtual...limpo meu pé e navego nas páginas de relacionamento do Orkut...desvendando o mundo feminino ...exposto na rede como nunca achei em livros nenhum...que aula da psicologia humana somos tão diferentes e tão iguais...o diabo veste rosa...neste fim de domingo...eu continuo tentando decifrar a esfinge para não ser devorado?
Converso com a artista plástica Ghabbi que fez lindos desenhos...expostos na UEB...e assim caminha a doce humanidade...mulheres se vestem para a sedução...o que é a sedução um jogo de prazeres entre mulheres e homens...mas quem é quem no mundo virtual...? Eu é que não sei ...tento decifrar estes labirintos para encontrar a minha saída? Encontre a sua...visto um terno xadrez e ando pelo centro de Belo Horizonte...sonhando em estar nu numa cachoeira...na serra que vejo ao longe...do hotel onde estou hospedado...
Sonhos com cenas de um filme que ainda não filmei...sou e não sou? Cadê ela ...cadê ...ela...não sei por onde anda Clarice?
Deve estar presa num espelho...mas os espelhos só abrem as portas...sempre tem uma saída...
Cadê EDU ele anda com ela pelas ruas de Copacabana...Edu e Rosa Kapila misturados um no outro sendo um em Ícaro Odin...assim caminhamos neste admirável WWW novo...eu você , Gabbhi e Júlia...que Júlia?
Não, ainda não conheço mas num clik conheço qualquer Júlia de qualquer lugar do mundo....


João Carlos Faria

Editora Gaia

Literatura, filosofia e arte...

www.mundogaia.com.br




Escrito por Rosa Kapila às 12h46