( POEMA DE ROSA KAPILA )
Taiguete no
caminho dos hibiscos
O cheiro
fica pra mim mesma
O libreto
molhado para Taiguete de tranças
Duas bruxas
perigando voar.
Exauridas.
Quanto mais
insuportável
Mais cedo o
poema vai saindo.
Cisco no
olho no caminho da floresta
/ e
fantasmas nos arruínam em gritos aloprados.
Medo no
turbante que veio de Angola.
Parecem
palmas à distância
/ ou uma
ceia com rabanadas.
Pássaros
enchem a barriga
Os jacarés
vomitam uma gosma verde.
As folhas
são lindas e nos ouvem
Temos pratos,
panelas e um cão amigo
/ porém
sinto cheiro de bife.
O viajar do
olho: floresta dos hibiscos
Taiguete
corre e começa a cavar
/ arranca
seus livros enterrados
As vestes
dos livros estão imperecíveis.
A amiga
teria aprontado alguma feitiçaria?
Penso em ciclopes
O mar
habitando a poucos quilômetros
/ fogueiras,
o bife na salmoura, princesas, mamão
/papaia,
trevas, algum abutre pulando em minha lombar
Os hibiscos
estão abertos, cheirosos.
Os livros,
fechados e amarrados.