domingo, 14 de dezembro de 2014

GASTANDO O CORPO



( POEMA DE ROSA KAPILA)
GASTANDO O CORPO
“Se a poesia tem de ser escrita, eu tenho
de escrever à minha maneira.”
(William Carlos Williams)

OS OLHOS DA MORTE PASSARAM POR MIM
NA RUA DA CARIOCA
AO SAIR O SOL.
NO INTESTINO DA RUA
VI UMA MENDIGA PASSANDO CAFÉ
CORRI
PORQUE ME PERCO SOZINHA
NO MEDO
OS QUE JÁ COMEÇAM A SE VIRAR
ACELERAM SEUS FANTASMAS
COR DE BEGÔNIA
TENHO VONTADE
DE CONTAR MEU SONHO
A UMA PASSANTE CHINESA
COM SEUS PASSINHOS ACELERADOS
PARA FAZER “FLANGO FLITO.”
SE EU TIVESSE UM GATO OU MESMO UM CACHORRO
HOJE EU O AGRADARIA MUITO.
A UTILIDADE DE MEU SONHO DEU-SE
QUANDO QUEBREI A CARIOCA
SEGUI PELA GONÇALVES DIAS
ENTREI NA CONFEITARIA COLOMBO
E ALI, NO LUGAR MAIS LINDO
DO MUNDO
PEDI UM CROQUETE.
Curtir ·

terça-feira, 25 de novembro de 2014

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Tango "Ícaro" - composição de Rosa Kapila

TANGO ÍCARO COMPOSIÇÃO DE ROSA KAPILA


24/11/2014


COMPOSIÇÃO DE ROSA KAPILA
Tango: Ícaro

Amar o Ícaro
/é bom
Quando ele passa
As ratas se amassam
Na calçada
E eu acho engraçado
/aquele bem-te-vi
Amo o Ícaro de paixão
/porque amando eu vivo mais feliz
/e quando as gatas miam
/ eu sempre peço bis.
Dá-me o calor de seu abraço
/ e vá até a praça
Pegue uma gata pelo braço
/ e vá ao som de Gil
Curtir
Curtir
Curtir
Curtir um raifaí
Oh lua solta teus raios de prata     ( repete )
Oh lua venha para mim.

domingo, 2 de novembro de 2014

MADONNA - VERDURA DAS ESTRELAS



MADONNA - VERDURA DAS ESTRELAS
(marchinha para o carnaval de  2015
Letra e música de: Rosa Maria dos Santos Kapila



Vai  dar Madonna
Vai dar Madonna
No carnaval do Rio                  Refrão
Vai dar Madonna


Madonna é bacana
Tal qual Evita
É política
Tem  a beleza  de Marylin
E o rebolado de Patrícia!


Neste carnaval
Só faltou Leila Diniz
Porque temos a Madonna
Em plena Praça Paris!


Daqui a pouco                         Refrão final
Madonna é carioca!             





                      







sexta-feira, 17 de outubro de 2014

vulto do crepúsculo

(POEMA DE ROSA KAPILA)
VULTO DO CREPÚSCULO
Canto para um vulto do crepúsculo
/ e penso que você me ouve
Tenho nas mãos suaves contas
/ com as quais vou fazendo um colar
Do outro lado de mim uma latinha com uvas pretas.
O coração, parece que está no lugar... pelejando
Estou sentada na areia de uma praia
/ ondas frenéticas tentam me banhar.
Como a noite vem caindo, cavo um buraco
/ na terra e coloco os caroços das uvas.
Minha boca areada olha para o céu.
Os grãos de areia que permanecem em meu corpo
/ seguem comigo pela Vieira Souto.
Ao longe eu o vejo, é ele o vulto do crepúsculo.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

naquela noite escorei meu espanto no travesseiro


            (Livro de Rosa Kapila)


(POEMA DE ROSA KAPILA)
NAQUELA NOITE ESCOREI MEU ESPANTO NO TRAVESSEIRO

Em minha Caixa de Pandora
/versos de pés quebrados
Para sempre abre-te sésamo
/desse chão - estrada.
Jardins, regatos, vem música me abraçar.
Vou pro mar, “ele me dar muitos poemas”.
Antes bati prego numa porta
/para que ela não exista mais.
Olhei para trás e vi que minha janela
/preferida, voou.
Bancas de jornais : revistas e amendoins.
Esta noite intuitivamente imagino a janela –
/-agora com música voando por dentro dela.
Quero um lugar onde possa
/comer lichia descansada de mente.
Pedrona para sentar-me.
Queria ter paciência com:
Minha preguiça
Calafrios.
Ouço nomes
Um amigo do passado, passa
/pergunta se eu quero um pedaço
/do Muro de Berlim.
Eu quis sorrir.
Naquela noite escorei meu espanto no travesseiro.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

tangerina de ouro



(POEMA DE ROSA KAPILA)
TANGERINA DE OURO
Tenho saudades de beijos de carne
Não ouvi Anne Sexton
Tampouco Shakespeare.
Beijos de boca para o vinagre.
Com muito silêncio penso na “Casa de Irene”.
Tu que és errante e tens a bicada do abutre no peito, chora.
Não sabia, porém boca faz falta.
Vejo da janela a colisão de urubus. Se bicam? Se beijam.
Lampejos.
Chupo uma tangerina cor de ouro e penso na varandinha
/ que nunca ganhou uma grade. Era ali que eu mordia tua boca.
Uma emenda: pego as Espumas Flutuantes de Castro Alves
/entretanto quem me tira acidez da vida é Camões – beijo
/ As Líricas.
Aqui faço mais uma emenda
Vultos me seguem na Rua da Alfândega. Olho os
/bustos para disfarçar.
Pergunto com pernas trêmulas: por que tantos vivos
/ se foram tão perto um do outro?
Não respondo.
Não posso responder.
Pulo da tangerina para a acerola.
Sento em um bar ainda da Alfândega.
Pão de queijo !!!!!!!!!!
Por que não me   lembrei  antes?
Acerola com pão de queijo
Pego um guardanapo, desenho besteiras  enquanto
/ segue a procissão de mortos.
Voltei  pela Ouvidor
Queria andar mais.
Estaria aberto o Campo de Santana?
Olho os gerânios, o sol, uns relógios, pérolas do colar
/ de uma senhora, as almas que tentam se esconder,
/a loja só de perfumes, cabelos, limões vendidos,
/beijos de namorados.
Ouço ao longe uma canção de Bob Dylan.
  

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

vamos mariandradiar



(POEMA DE ROSA KAPILA & EDU PLANCHÊZ )
Vamos Mariandradiar

Dedo apontado para Anita Mafaltti
suadouro de Semana
As lembranças de Semana de Arte Moderna pululam
Fugi para uma cidade
me escondi numa mina de carvão
selvagem!!!!! Chamem-me
para um café subterrâneo.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

a aranha cruzada beija



(POEMA DE ROSA KAPILA)
A ARANHA CRUZADA BEIJA A BOCA DA ABELHA
Para Diego El Khouri
Não falo de amor há muito tempo
/nem sobre aquele belo branco.
Eu dizia versos para amamentar meus seios.
Com um controle remoto na mão tenho a aurora.
Amarrada me uni a nada.
Rodo meu colar e ele fica bêbado até cair num bueiro.
Sangra,boca, que, por um instante ocupa todo o meu corpo.
Recordo
Delgado
Silencioso Bristol de zumbas calafetadas
/revive árvore de diadema carregada de frenesi
/de um mundo sem janelas.
Quero apenas um pote de sorvete,
/corpo,cadeira, sonhos afortunados.
Vou.Oceano Pacífico me espera
/dormindo sobre travesseiro de camomila.
Ansiedade partindo a hora
Luto entre metais retorcidos de perguntas.
Chegará a hora que o relâmpago azul será só meu.
Entrestecida a aurora chega.
Imperdível esse mundo de bocas calhordas.
Desprezem emigrem rujam para nostálgicos horizontes.
Escondam-se.