quinta-feira, 11 de junho de 2015

CONTO DE ROSA KAPILA - MARCÉU PARTE 2

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A CIGANA,TACIANA E SUA VIAGEM À TUNÍSIA








A CIGANA, TACIANA E SUA VIAGEM À TUNÍSIA

                   (TACIANA E O MAU-OLHADO)

Taciana está no Texas fumando um cigarro e esperando um homem. Quis o destino que aparecesse uma cigana. Esta ficou reberando nossa heroína. “Que queres cigana dos infernos?”

“Te dizer que só ganharás muito dinheiro se tirares o mau-olhado e só na Tunísia isto poderá ser feito.”

Taciana valoriza todas as superstições e  mistifica tudo. A explicação dos sábios é que não se deve temê-lo, porém se deve tentar evitar certas atitudes que podem despertar a inveja.  Não há razão para fazer disto uma preocupação obsessiva.

O “mau-olhado” é um conceito que existe em praticamente todas as culturas, não sendo portanto, exclusivamente do conjunto de superstições judaicas, nem da Tunísia. Os sefaraditas do Oriente Médio costumam usar uma antiga expressão árabe Mashallah que significa: “Que D´us o livre do mau-olhado” quando saúdam uma criança ou um jovem. Na Turquia, por exemplo, os pais não costumam mostrar um recém-nascido a outras pessoas até que este complete 40 dias, pois a sua beleza poderia despertar inveja. Os italianos  chamam o mau-olhado de mal occhio e, em várias cidades do sul da Itália, é comum a presença de “especialistas”, quase sempre mulheres, que supostamente o “afastam” com um ritual feito com azeite de oliva. Outras culturas possuem superstições similares. O certo é que Taciana voou para o aeroporto e comprou uma passagem  pra Tunísia.

O  mau-olhado aparece na Torá e no Talmud, estando presente em inúmeros comentários, apesar de se considerar de modo geral a superstição como sendo uma violação dos valores da Torá.

Na Torá quando Jacob mandou seus filhos para o Egito para trazer algumas provisões (Gênesis, 42), instruiu-os a entrar na cidade por portões diferentes. Por quê ? Se todos os irmãos, que eram  belos e fortes, entrassem juntos por um mesmo portão, poderiam provocar nas pessoas que os vissem sentimentos de inveja, “provocariam “o ayin hará”. José também é imune ao ayin hará, pois foi abençoado por Jacob (Gênesis, 49:22) para estar acima do mau-olhado, assim como seus filhos Efraim e Menasseh (Gênesis, 48:16). Chegando na Tunísia, Taciana procurou os   sefaraditas,  eles costumam usar um amuleto em forma de mão como “proteção” contra o mau-olhado. A chamsa -mão-, em árabe, ou chamesh, o número cinco em hebraico (representando os cinco dedos da mão),– é um amuleto antigo e popular contra o mau-olhado, assim como os fitilhos vermelhos e azuis que muitas mães amarram na roupinha de baixo dos bebês ou de seus berços. Taciana comeu um  peixe com arroz e brocólis segundo o Talmud, o peixe é um outro símbolo que também representa proteção contra o mau-olhado. Como os peixes vivem dentro d´água, não estão na mira de olhares mal-intencionados. Nossa jovem comprou uns livros e quis saber também sobre a Turquia, Grécia e Tunísia. Quis estudar também o Oriente Médio, porque lá usa-se um colar com um olho azul, que “age” como um espelho, refletindo e “confundindo” o “mau-olhado”. “Se aquela cigana mentiu eu vou ao inferno atrás dela e buscar meu tempo de volta. ”Sou uma prostituta e preciso ganhar muito ouro, dentes de elefantes de marfim, pérolas, rubis, jade.”

Nossa heroína é aflita e quer tudo muito rápido. Mau-olhado  não é mera superstição.”Vou  a um trecho aqui de um dos livros que parece bem interessante:”

“Em 1705, o Tribunal Rabínico da Tunísia foi presidido pelo Grande Rabino Simah Sarfati. Filho de Marrocos  (apesar de o nome Sarfati indicar origem francesa), Rabi Simah, de repente, adoeceu  tendo sido diagnosticado como portador de uma doença incurável. Uma noite, Eliahu Hanavi, que segundo a tradição judaica assiste a todos os nascimentos, apareceu em sonho diante de Rabi Simah e lhe receitou um remédio: a cada nascimento de um menino, ele deveria organizar uma noite de estudos do Zohar (O Livro do Esplendor), no sétimo dia, véspera da Brit Milá. Essa noite de estudos acabou sendo conhecida como Billada (em latino, castelhano ou português antigo: velleda, velada) e perpetuou-se no judaísmo tunisiano até os dias de hoje. Rabi Sarfati curou-se e foi para Jerusalém, através de Istambul. Faleceu em 1717 e foi enterrado no Monte das Oliveiras.”

“Acho que tudo isso é besteira, é melhor eu sair por aí e fazer minhas caçadas, por que acreditar numa cigana? E que  pessoa ou pessoas tem mau-olhado em mim? Se eu fosse mais bonita seria miss universo e não uma puta.”



Taciana começou a andar e viu uma festa só de meninos.Essa  celebração, conhecida apenas pelos tunisianos, acontece na quinta-feira.

 Os meninos da casa são tratados como reis por um dia. Uma mesa em miniatura é posta para eles, com pratos, copos e talheres em miniatura. É preparado um banquete para cada menino da casa, assim como mini doces e bolos, o que contribui para criar uma atmosfera sem igual. Há muitas teorias para a origem dessa festa e a mais segura seria a seguinte: aconteceu num passado distante uma séria epidemia de difecteria que assolou a Tunísia, deixando um saldo enorme de vítimas entre as crianças do sexo masculino. Como por milagre, essa epidemia parou na semana em que se lê a parashá de Yitró. Daí a celebração. Na terceira noite após a circuncisão, os parentes e amigos da família vão à casa do recém-nascido, sem serem formalmente convidados, para uma celebração especial. A origem desse costume vem do patriarca Abraão, que no anoitecer do terceiro dia depois de ter sido circuncidado (com a idade de 99 anos), é visitado por D´us. Costuma-se dizer que o terceiro dia após a circuncisão é o momento mais difícil para a criança. E, por isso, quando o sol se põe nesse dia, o menino é considerado fora de perigo, o que enseja a celebração de El Telet Laila. São oferecidos belos pratos aos convidados, enquanto ouve-se música judeu-árabe numa atmosfera bem descontraída.Taciana estava parada olhando e um moço disse “entre moça bonita”.

 Taciana se lembrou de    duas mulheres de destaque na Bíblia, Esther e Judith . A sociedade judaica da Tunísia, ainda que bastante patriarcal, também honra  meninas. Mesmo não tendo a importância da festa dos meninos, a data sempre foi comemorada em todas as famílias, com uma bela mesa preparada com muitos alimentos.

Após a festa dos meninos um rapaz se aproximou de Taciana e a convidou para que  ela dormisse em seu castelo. Teria vários empregados para lhes trocar as roupas e trazer-lhes iguarias à boca. Taciana aceitou e entrou num tílburi com o jovem. No meio da noite Taciana estava numa cama de dossel e várias empregadas faziam massagens em seu corpo enquanto o jovem observava tudo sentado num sofá do tamanho de quatro camas brasileiras.


















Rosa Maria dos Santos Kapila





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O MELHOR DO NADA SOBRE TUDO



O MELHOR LIVRO DO NADA SOBRE TUDO ( Romance de Rosa Kapila )
PARTE 1

Agradeço a Jerry Seinfeld quando descobri que um dos grandes prazeres dessa vida é ver outras pessoas trabalhando. A pessoa de que tenho mais lembrança de que trabalhava muito era papai. Ele acordava às 3 da matina e ia vender alho,cebola,cominho e pimenta do reino. Não era feliz por ver meu papai trabalhando para sustentar  10 irmãos. Meu cérebro nasceu para brincar. Trata-se de uma ironia porque aos 4 anos meu pai me levava para trabalhar com ele. Eu ficava feliz de ter o prazer de acordar naquela hora e ver estrelas e lua no céu.Eu vi em Teresina o Cometa Halley, imenso e lindo. Sempre tive diários e dizia com  franqueza  que eu queria trabalhar com encomendas. Como dia Sêneca: “a verdadeira alegria é uma coisa séria.”
O certo é que um passeio  entre multidões é bem diferente de um passeio à natureza.A questão da encomenda decifro como fazedora de livros e, também vendedora. Entro muito em livrarias mesmo sabendo que não vou comprar nada. Às  vezes  só por curiosidade pergunto se tem  livros de   Rosa Kapila. Quando os livreiros e vendedores são desconhecidos nunca revelo que sou a Rosa. Para mim o melhor lugar do mundo  é o Rio de Janeiro.
Deve ser horrível ter certos tipos de trabalhos. Alguém inventou o éden em Santa Teresa.
Quando fico assistindo a alguém concerto no Largo da Carioca vejo a felicidade nos rostos dos músicos. Olho demais as pessoas....outro  dia uma moça voltou e me puxou  pelo braço e perguntou “por  que você olhou tanto pra mim?” Falei a verdade:  “sou escritora e olho demais para as pessoas”. Ela me convidou para um café na Casa Cavé.  Ficamos amigas. Ela é Historiadora e eu   pedi  que ela me contasse a origem da Praça Tiradentes, tendo em vista que moro do lado dela e toda manhã tomo banho de sol  em seus bancos. Kívia, é este seu nome  ficou feliz  quando decidiu me contar a história    da  Praça Tiradentes.

“A atual Praça Tiradentes teve origem, nos idos do Séc. XVII, no desmembramento do então chamado Campo de São Domingos. Em 1690 chamava-se Rossio Grande, em clara alusão ao Largo do Rossio lisboeta; mais tarde, passou a Campo dos Ciganos, devido à chegada, de Portugal, de um grupo desses nômades, e que ali montaram, por algum tempo, suas barracas. A partir de 1747, com a construção da Capela de NªSª da Lampadosa, passou a ser conhecida como Campo da Lampadosa. Em 1808, passou a ser o Campo do Polé, graças à instalação, no local, de um pelourinho. Em 1821, passou a ser chamada Praça da Constituição; D. Pedro, assumindo o posto de Príncipe Regente, jurou fidelidade à Constituição Portuguesa de uma das varandas do Real Teatro São João que ficava onde, hoje, encontra-se o Teatro João Caetano. Finalmente, em 1890, ao aproximar-se o centenário da morte de Joaquim José da Silva Xavier, passou a ter o nome de Praça Tiradentes, pela proximidade do local onde se acredita ter sido enforcado o protomártir da Independência.
No centro da praça, o monumento a Pedro I, mandado erigir por Pedro II, foi inaugurado em 1862. Apresenta o Imperador a cavalo, fardado de general, segurando com a mão esquerda as rédeas, enquanto com a direita exibe a Constituição de 1824.(Há quem acredite tratar-se das cartas recebidas às margens do Ipiranga.) No pedestal, quatro estátuas de bronze representam os rios Amazonas, Paraná, São Francisco e Madeira. O monumento nasceu de um concurso internacional, em 1855, vencido pelo brasileiro Maximiliano Mafra, e foi construído em Paris por Louis Rochet ( 3º colocado no mesmo concurso) que tinha como aprendiz o jovem Auguste Rodin.
Em 1865 acrescentaram-lhe quatro alegorias representando as virtudes das nações modernas: a Justiça, a Liberdade, a União, e a Fidelidade, depois transferidas para a Praça NªSª da Paz, em Ipanema. O gradil foi instalado em 1865, e dos oito lampiões iniciais, restam 5. O monumento foi recentemente restaurado (2006) e as alegorias retornaram, devolvidas à Praça.

P meu livro de prefácios. Livro: ìndio neon



PARA MEU   LIVRO DE PREFÁCIOS
LIVRO: ÍNDIO   NEON    DE EDU PLANCHÊZ
“O REI ESTÁ NU”
Nos anos 80 era moda, no Rio de Janeiro, a palavra ³performance´ e ³recitais de
 poemas´. O inquieto Eduardo Planchêz subia aos palcos, de pijama, e recitava a
 noite inteira, muitas vezes até sem roupa. Com muita influência dos Beats e
 também de Jim Morrison, Edu foi preparando seu travesseiro de poemas.
 Naqueles anos 80 ele estava muito ligado ao esoterismo e às cartas do tarô. Passeou
 pelo Santo Daime, desbundou de vez e, parece que nos anos 90, depois de tantas
 bordoadas, passa por uma calmaria. Edu Planchêz foi a única pessoa que conheci
 que saía de casa vestido e voltava sem roupas e descalço, às vezes dava tudo de
 esmola. Se a poesia de Edu não revolucionou o mundo, pelo menos suas fadas,
 bruxas, dragões e anjos do sol revolucionaram ³sua turma´ e sua família. Para os
 íntimos, Antônio e   ovelha loura¶. Talvez a sorte do poeta Edu Planchêz tenha sido
 lançada muito cedo, talvez em outras vidas. É muita sorte ser poeta uma vida
 inteira.
 ROSA KAPILA

domingo, 7 de junho de 2015

CONTINUAÇÃO DE ROSADAS DICAS PARA SE ESCREVER CONTOS

13/04/2011


 CONTINUAÇÃO  DE  ROSADAS DICAS PARA SE ESCREVER CONTOS
1 – Não sofra de falta de imaginação.
2—Espante o intimismo  para  longe. Formule uma” retórica lendária” sobre sua pessoa.
3—Misture sempre um tom arcaico com ficção científica.
4 – Quando não tiver  enredo lembre-se dos seus 5 a 10 anos. Há uma arca perdida nesse entrecho  de idade.
5- Sabe-se  que “Bullying”  virou um folclore antipático. Não se preocupe com ele, todos nós, humanos   passamos por isso e ninguém morre de bullying.
6- Se a narrativa alongar-se, evoque: sofrimento, tortura, angústia, constância, dedicação e amor.
7- Se for para ser realista, trabalhe em primeiro lugar o  psicológico.
8 – Invente personagens alegóricos, ações altamente simbólicas e uma prosa poética cheia de retórica.
9 – Não faça esforço  para ser realista.
10 – Elegância, estilo e convenções literárias não fazem mal a ninguém.
11 – Ficção não precisa de valor documentário.
12 – Faça uma lista  de todas as casa que você morou  na infância . Depois “rebole” para lembrar-se das casas, ruas, acontecimentos, vizinhos , amigos de infância, escolas e seus afazeres prediletos.
13 – Seja exagerado (a) e um mistério para seu leitor.
14- Pegue como herança as fantasias sensacionais e alucinantes de Poe, Faulkner, Hawthorne, Melville, Gertrude Stein, John Dos Passos, Kerouac, Henry James, Thomas Wolfe, Hemingway, Julia Elizabeth, Whitman e mais uma trezena de autores (as)
15- Lute para escrever  mesmo que tudo em    seu entorno conspire contra. Seja seu herói (heroína), não consiga dormir  quando sua mente começa   a funcionar.  Chore à noite.







Escrito por Rosa Kapila às 23h40
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sábado, 6 de junho de 2015

A vida de Rosa Kapila - segundo livro virtual

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Rosa Kapila, livro virtual

Rosa Kapila, livro virtual
idioma: Português (Brasil)
categoria: Artes e Entretenimento
tipo: moderada
criada em: 29 de abril de 2007
local: Rio de Janeiro, RJ, Brasil
privacidade: público
Comunidade para discutirmos sobre o livro de Rosa Kapila intitulado o "O livro de (Jo)Sa" que se encontra no blog:
www.rosakapila.zip.net

resposta sobre Elvira a morta virgem



Comentários
26/04/2012 10:15 - Rosa Kapila [não autenticado]
quem conhece o cordel "elvira a morta viva"? me diga!!!!!
26/04/2012 10:12 - Rosa Maria Kapila [não autenticado]
Qual mistério tem o livro "Elvira a morta virgem", citado por Torquato Neto na música "Mamãe mamãe não chore"? Quem sabe?