terça-feira, 28 de dezembro de 2010

TRADUÇÃO DE MEU POEMA “VÁ SE DANAR” (FEITA POR DAI HAWKINS – DO PAÍS DE GALES)
Go and fuck yourself !

"Anger is a poison you drink expecting the others
die. "

(William Shakespeare)!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

To my dear friend Agrippina Pomar.

I do not run from the atomic bomb that is loving. you
I'm infiltrating the bones
And flee alone like an animal
Some friends are melting in their graves

My mystery will be made clear
Once I knew my way around pretty well
But I started gambling with life
I want to have new trials to clear my name
There is a statement about me claiming that I was
a communist in 1975
Do not disappoint me
The certain someone of mine who lives within me is satisfied.
Baby you're happy because I am far away out of your sight
I never crushed insects with my dirty boots
But it would be well able to crush this love of mine
From someone of mine living with me
He said things only my heart should say
You are struggling to yell
Strike at my house kicking chairs and sofas
I do not want change of heart
Did a perverse alliance with the cinema
I called an evangelical and he said
I had the dog on a lead.
Go and fuck youself !

domingo, 26 de dezembro de 2010

VÁ SE DANAR!

“A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram.”

( William Shakespeare)
Para minha querida amiga Agripina Pomar.



Eu não fugiria da bomba atômica que é te amar.
Estou com infiltração nos ossos
E como uma mamífera fugiria sozinha
Algumas pessoas amigas se derretem em seus túmulos
O meu mistério será escancarado
Antigamente eu sabia muito bem como me virar
Mas comecei a apostar com a vida
Ando atrás de novos julgamentos, para limpar meu nome
Há uma ficha a meu respeito que eu era comunista em 1975
Não me decepcionei
O meu alguém que mora dentro de mim está satisfeita.
Baby você está feliz porque estou longe de suas vistas.
Nunca esmaguei insetos com minhas botas sujas
Mas seria bem capaz de esmagar esse meu amor
De meu alguém que mora comigo
Disse coisas que não deveria mas meu coração
Está debatendo-se aos gritos
Espanco minha casa chutando sofás e cadeiras
Eu não quero trocar de coração
Fiz uma aliança perversa com o cinema
Liguei para um evangélico e ele disse que eu tinha o cão no couro.
Vá se danar!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

UMA XÍCARA DE SANGUE

"Gosto de viver. Algumas vezes me sinto muito, desesperadamente, loucamente miserável, atormentada pela aflição, mas mesmo diante disso tudo eu compreendo que estar viva é uma coisa grandiosa."(Agatha Christie)

Para meu querido amigo escritor e teatrólogo Blanchot





Eu dei um grito de carência

mesmo assim vi um filme violento e saí andando por aí.

quero me abandonar dormindo nesta noite.

Vigio Agatha Christie enquanto ela mata as pessoas e os empilha

/em pedacinhos.

Depois do ritual da morte eu e a dama do crime bebemos várias

xícaras de sangue com biscoitos.

Ríamos.

Ela dizia: "tragam mais duas duplas de xícaras! - tim tim! O sangue move

/o mundo! Um brinde a tudo aquilo que é vermelho!

Scotch!

Scotch é meu cachorro. - venha tomar sangue conosco!"

As luzes da casa de Agatha brilham demais.

- Os venenos são escondidos aonde? - Pergunto.

Ela solta uma gargalhada.

- Só sei querida que todo dia a gente precisa morrer um pouco. Olha

/que avião bonito vai passando...

O avião me acordou.

Sou uma rosa de pobre coração cansado.

Quero ser bem sucedida dentro de mim mesma,

/na escuridão uivante.

Sempre tive olho de águia para qualquer coisa que

/estivesse fora do lugar. O ruge de Agatha Christie descia

/como um riacho em seu rosto empoado.

Fazia muito calor.

Enfim, eu e a dama do crime tínhamos um relacionamento

/profissionalizado.

Viva o vermelho assassino!

Ainda tive tempo de fazer a seguinte pergunta:

- Agatha, como você passa seus dias nas horas de lazer?

- "Matando gente!"

A rainha sabia como se divertir.

Estou quase num beco sem saída porque

/abandonei uns vícios.

Estou no osso com aquele amor.

E se eu o visse hoje lhes daria uns tapas.

Quando você não aguentar mais e me telefonar

/vou acender um cigarro e ler um anúncio de utilidade

/pública com minha letra baixinha.

Me procure que eu te mando desamarrar um cachorro

/num carro estacionado.

Para mim, sua chuva não serve pra nada.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

VEJO A LUA ACENDENDO FOGO NO CÉU COM SUAS LÁGRIMAS

“Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo” ( Fernando Pessoa )

Para meu querido amigo Julio Emílio Braz



Sei que está ficando tarde

O motorista da van vai a toda na rodovia

Talvez ele ache a vida um tédio

Sou apenas uma moça cosmopolita perambulando pelo mundo

Não pareço disposta a tudo.

Nem por amor suportaria arranhões em minhas costas.

Eu beijo fácil e digo adeus.

Essas luzes trazem minhas vidas passadas às ruas.

Espanto a chuva com minhas galochas de gato de botas.

Chego molhada em casa e vejo aquele meliante encostado

No poste da esquina com sua curica de lado.

Deixei meu mau humor ali, na soleira do portão.

Agora vou encarar a noite inteira

Os sinos virtuais tocam para quase ninguém.

Adoraria encontrar alguém que desse para mim, sua noite inteira.

E a noite inteira fico acordada;tem dias.

A noite inteira guardo meu ciúme e observações venenosas.

Shakespeare me salva em algumas noites.

Quero ficar longe do dragão de fogo que às vezes explode em mim.

Telefone, se você tocar diga que não estou e que nunca

Me viu mais gorda.

Mordo uma maçã vermelha em seu dulçor.

Venha paz: fortuna dessa vida.

Alma penando do teu padecer e de tuas ossadas em pó

Ninguém deve sorrir.

Esquecidos de mim, os musos me deixaram.

Alguns ventos cruéis ajudaram em minha perdição.

Teu corpo vivo ou morto eu quero: uma rocha

Sou uma efêmera flor numa ampola fumosa.

Queria ouvir tambores somente para dançar.

Estou curtindo uma pena danada de mim.

Mais uma longa noite poética me espera.

O silêncio da poesia francesa me comove...

Por que nesse momento a poesia foi embora?

Vejo a lua acendendo fogo no céu com suas lágrimas.


Escrito por Rosa Kapila às 22h57
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sábado, 18 de dezembro de 2010

O GRAU ZERO DE TODOS OS LUGARES
“Vivemos com os nossos defeitos como com os cheiros que temos: não os sentimos, eles só incomodam os outros.”
(Anne Lambert )
Para minha avó Emily


Amigo, deixe essa ladainha: tão sozinho
Lou Reed diz: os tolos se atropelam enquanto os anjos se contêm
Admita, não se pode ser esperto o tempo inteiro.
Alguém está interessado nos seus ossos?
Vou ficar no bar, quietinha e permanecer olhando pros meus pés.
Não sou o tipo que choraminga sobre uma garrafa de cerveja.
Nós dois precisamos algum dia dormir juntos.
Eu prometo temperar uma comida chinesa e gostar mais de
Truman Capote.
E direi que não acho carne algo nojento como se diz em Teresina:
/estou engulhada.
Hoje é dia de malote; pelo apagar e acender das luzes da comunidade
/que vejo ao longe.
As palavras se travestizam e as luzes viram sinais.
Dezenas de palavras-valise aparecem.
Já tomei meu golinho de café e acho que vou me mandar.
Mais uma vez, amigo, você não veio.
Não sei porque mas eu não me sentiria bem fazendo gracinhas de copo na mão.
Um garoto engraxate, com cabelo de tõin nhõin nhõin, pega em meus dois pés.
Mas digo, vou te pagar por esse teu sorriso.
“A senhora não devia frequentar esse boteco - diz o menino”.
Baby há muitas coisas que eu frequento e não devia. Sou do tipo
Que comete o erro 100 vezes.
Mas eu já matei células da cabeça e saí à francesa de copo na mão.
Garotinho, eu permito que você me veja feliz.
Sabe o que eu queria, menino?
Sentir o cheiro e o gosto dos lábios dele.
Nunca acordei extasiada com teu corpo.
Mas só você me fala de uma terra distante onde os sábios
Se beijam na boca.
Baby
Ensine-me como a lua que nasce
Ensine-me pecados
Ensine-me como se fabrica a história dos mistérios
Diga-me se eu tenho vícios e virtudes.
Me pendure num galho e me balance ao vento.
Não consigo manter minhas mãos longe de certos papéis.
Ponho sobre a mesa o dedo no ponto em que desejo aportar.
Sei quando te encontrar: vou ficar tremendo por dentro.
Sete dias tem uma semana e sete dias penso em teus pelos.
Quando o pecado chega tão longe só nos resta cuspir no
/no espelho e estapear a cara.
Hoje em dia não tem mais édipo, nem Jocasta, muito menos Freud.
Diante do desprezo a indiferença fica imensa.
Espero o dia em que você enfie o troço em minha boca cristã.
Só num mundo tão indisciplinado e cruel o amor pode esperar.
Penso no dia em que eu possa pousar um beijo em teu ouvido.
Já lutei muito para fazer do amor uma lenda.
É melhor combatermos a sombra.
Queria encontrar nos teus olhos retratados nos meus
/uma encomenda de felicidade
Só me resta trabalhar a paciência.