terça-feira, 18 de agosto de 2009

TEMOS QUE SER UMA PLUMA PARA FLUTUARMOS ENTRE AS PESSOAS
“A prosa é o diurno, a poesia é a noite; se alimenta de monstros e símbolos,
é a linguagem das trevas e dos abismos. Não há grande romance, pois, que
em última instância não seja poesia”
( Ernesto Sabato )


Eu quase amo o retrato numerado
E as pernas cambotas
Mas a noite se encarregou de lavar tudo
Com uma chuva-dilúvio.
Este é um sumário de versificação de aço
/que precisa ser bem temperado.
E quanto mais sofre
Mais forte fica
De nada valeu o conselho: “temos que ser uma
/uma pluma para flutuarmos entre as pessoas”
e o mar da garça veio lamber suas pernas.
O mar também arrancou o latim da pedra
Como se arranca a escama de um peixe.
Os versos ficaram divididos e a gramática,
/voadora.
Isso demonstra que os sonhos estão desocupados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário