segunda-feira, 22 de junho de 2009

BOILEAU-DESPRÉAUX: UM POETA IRRITADO
“Noites para dormir e dias para o ócio”
(Nicolas Boileau-Despréaux – 1636 -1711 )


Às vezes caminha-se pelo inferno com Dante.
O poema nos informa como chegou em tal buraco!
E como a gente se ferra.
Meu relógio me espera e minha lâmpada me ouve
/enquanto leio Henri Barbusse.
Ainda hoje, de manhã, trupiquei nos gatos de Baudelaire
/miando pro sol.
Uma moça magra, com um bolsão e um cintão
/pisa numa barata em fuga.
Enquanto o sol desperta a rosa, figuras me assustam
/nos jornais.
A lua já se escondeu do sol há muito tempo
/mas eu torço para que a noite volte logo, para que
/eu me conserve em paz sob o teto que me ilumina
/e saia dessa rua em tumulto.
Um clarão me avisa que vem chuva.
Meu amigo da banca me fala dos jornais: “só violência
/e sexo.”
E aquele caso: (...) “assim seja a tragédia, assim marche
/e se explique.”
P.S. o verso entre aspas é o final do poema “Da tragédia”
De Boileau Despréaux.

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