domingo, 4 de outubro de 2009

A PEDRA NÃO SE MEXE, MAS O GERÂNIO A COMPREENDE
“Os poemas são ensinados como se o poeta tivesse guardado uma chave
/secreta em suas palavras e fosse trabalho do leitor encontrá-la.”
( Natalie Goldberg )
DEDICO ESTE POEMA A NATALIE GOLDBERG


A senha era um desenho na árvore: um caramujo com duas casas nas costas.
Havia às vezes uma ponte que cortava o mar ao meio.
O significado, perdemos de vista.
Os desenhos se foram
Os caramujos também
As nuvens de aves de arribação norteiam
/o fim de nosso caso.
Que importa agora esse relativo mal
/que só as hipérboles decifram bem.
Há cem anos um relâmpago passou por aqui
/ e foi comido pela árvore caramujada.
As visões
Os bisões
Os sons
Os clarões anunciados pelas chuvas de canivete
/mostram que a vida não é facilitada.
Sentir as culpas do corpo e mudar de senha
E mudar de criatura.
O bife frio brilha num prato de madeira.
E Átila, o Rei dos Hunos visita Laura de Petrarca.
É quando o paraíso está se abrindo que Beatriz
/aprende alguma coisa.

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