sexta-feira, 2 de outubro de 2009

UM MAR DE SAL GROSSO
“Arte é qualquer coisa que se possa empurrar”
( Marshall Mcluhan )
Poema de Rosa Kapila & Ícaro Planchêz


Colei a carne morta de meu dedo e
Acabei dando fim aos saltos das sandálias
/com meu serrote novo.
Ninguém me domina
/nem tu, oh corpo meu estranho!
Onde encontrarei um refúgio para fugir dessa
/consumição?
Encontrei colo na casca-veludo-de-pêssego.
Eu os comi sujos de poeira, pois o sumo de fruta
/é o molde que me acalma os nervos.
Lembro-me de um poeta que parafusou
/o mar e o concebeu de areia grossa.
Venha alimentar minha carcaça, eu sou Cornólio
/ diz o personagem na TV.
Um chá de velame me faria bem agora.
Por isso te guio, pernas e olhos tortos.
Há uns homens lá embaixo, com seus músculos
/que não valem nada.
Eu agora sou que nem meu amigo SKY
/só vou ao mundo virtual porque no mundo real
/ não há mais vida.
Espante-te essas palavras?
Pois é
Eu assino embaixo com “MARES”
Que em Latim é Maria,
/lembrando de Mamãe
E todos os seus Santos.

P.S. o poeta que parafusou o mar foi
Gerard Manley Hopkins

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