quinta-feira, 24 de junho de 2010

PAULO NUBILE MEU AMOR
“Tua mansão, teu corpo
Síntese
Farol do rio”
( Paulo Nubile )
Obs: este é um fragmento de um poema que Paulo escreveu em carta
Para mim, em 27 de janeiro de 1998

Ofereço para ti meu amor meus melhores poemas
Quando na calada da noite me sonhas e beija minha alma.
Eu tenho os passos da lua /das estrelas/dos céus para te seguir
/alma ambulante.
Veja meu amor saio agora da vigília... estou doida de saída e muito mais doida
/para te mostrar minha tatuagem de teu rosto em minha virilha.
Encontrei uns pratos rachados de nossa viagem à França
Tua camisa de quadradinhos amarelos eu cheiro todo dia
Roubaram nossas cartas meu amor mas o lençol que me destes está aqui
/Embolado em meus pés.
Olho o crepúsculo e o Cristo Redentor e te vejo quando
/ninguém está por perto.
Minha nuvem predileta me pego esperando o “sonho” com café
Eu não teria coragem de registrar aqui a vontade de morrer
/em “nosso jardin secret”.
Meu amor me mantenha informada do que acontece aí no céu.
Insana te remeto tudo daqui.
Naquele hotel de Caçapava eu untava tua boca com meus lábios de manteiga
/apenas uma pequena referência ao filme “O útimo tango em Paris”
E você: “fique em pé, nua e olhe para mim” para enfrentarmos o mundo caminhando
/em lindos tetos, apagando luzes de poste. Como era verde o meu vale.
Eu preferiria ter morrido naquela noite a viver chorando hoje.
Não ver mais o teu corpo é como jogar pedra na lua e querer ouvir
/o barulho daqui de baixo.
Meu amor, me sonhe hoje
Me sonhe toda noite
Eu rezo/canto/choro/bato ovos/descasco abóbora/faço purê de maçã/pego táxi/
/olho para lindos homens/planto hortênsias/faço sonetos
Mas quando o dia nascer haverá um sol me acordando
/para me apontar os postais que te escrevo
Um copo com água me acalma
Meu amor morto por que tenho que lutar com essa batalha?
Um mosquito me morde enquanto tomo café no parapeito
E peço forças ao Cristo Redentor.
Se eu pudesse encaixava minha cabeça em meu pescoço
Meu ronco me acordou porque eu viajava bodada
Estava já na CENTRAL DO BRASIL
Procuro uma lata de lixo e vomito, minha calça jeans
/parece um papel corrugado.
No próximo bar eu lavo a cara.
E, hoje,sentada em teu túmulo mando
/fotos para o mundo.

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