sábado, 6 de junho de 2015

Elvira a mota virgem

Elvira, a Morta Virgem


(De Elane Tomich,
então menina presente
quase pré adolescente,
para o vigia Leonel
das Casas Pernabucanas
que nos lia histórias de Cordel
antes das artes mundanas)

A proteção da rotina
abafa o som da rua
a chamar tudo de sina.
Contudo, calam-se os sinos
que redobram como em Rancas
pela morte de Elvira
a morta virgem de ancas
voluptuosas e nuas
que me assombrou em cordel
linda história de Leonel
vigia noturno no banco
das Casas Pernabucanas.

Roxo de anjos, ira
da pomba gira a lira,
coreografia de Elvira.

Elvira morreu de desonra
forte dose, formicida
(Meu medo do roxo é roxo!)
quebrou a regra segura
nos lábios de violeta
doméstica era a doçura
num ai a morrer de frouxo
que de nó atava a vida
Elvira de lábios roxos
na capa da desventura
anjo, vampira, capeta,
medo e insônia me rendeu
roxo a brilhar na preta
capa, andarei reta
ou, Elvira pecarei
sereia será serei
serei eu, serei eu?

PS** Se não me falha a memória,
Leonel chorava
no fim da história
quantas vezes acabava.

Qualquer semelhança
com fatos e nomes de lembrança
é a mais pura saudade
do que não sei se é verdade)



 
Elane Tomich
Enviado por Elane Tomich em 24/01/2007
Alterado em 20/11/2013

M�sica: Perfume De Mulher - Tango-Temas De Filmes - Scent Of A Woman - Itzhak Perlman Carlos Gardel - Tango Por Una Cabeza - Piazzolla

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, fazer uso comercial da obra, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode criar obras derivadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário