quinta-feira, 5 de agosto de 2010

HARTHES & FRUTHOS CORDEROSA
“Não vejo mais esse a quem quis”
( Fernando Pessoa )
Dedico esse poema a Rubens Eduardo Ferreira Frias
Cadê aquela curva do horizonte, de Pessoa?
Preciso deixar meu filho dormir.
Esbaforida com olho de ficção científica trago sangue
/escorrendo pelo corpo (...)
O Cristo Redentor me manda uma brisa leve que passa
/sem me ver.
Quem quero que me conheça, de mim foge.
O cheiro de mamãe me nina.
Meu ouvido é uma toca para a ratazana que aqui mora, cheirar.
Não te matarei,rata, por isso te peço: foge para as terras do Alasca.
Sou sombra que se arrasta até minha querida horta e minto
/para o chão que é um espelho.
Entre estragos vou e venho mas até os mendigos têm o
/direito de ir e vir de seus albergues.
Sou a grande fhlor de Pessoa que não dura e senhora
/do amor que não vejo mais.
Se minha mãe, morta, me ninou, outro símbolo azul está com ela.
O amor que tanto esperei, inútil, chegou atrasado.
As indefinições se desdobram como pétalas em aberturas.
Tenho muito mais saudade da obra alheia do que da minha.
Re-visito as horas amadas, mas não te encontro, amor.
Há apenas sombras de nossos sapatos, roupões, lençóis
/e meus pés pisando nos teus em busca de uma procissão
/pela janela.
Paixão com paixão colore o mundo.
Todos os santos estavam lindos.
Até hoje não estou curada daqueles três dias de beijos.

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