“Se um autor escrevesse
apenas para a sua época,
eu teria que quebrar
minha caneta e jogá-la fora.”
( Victo Hugo )
Nenhuma aula de literatura
Vai dar conta de todas as pessoas
dentro de nós.
Fui refugiar-me em Santa Teresa
Nessa boca-de-noite canhestra.
Parece que há mil anos morei por aqui.
Quando sinto impulsos insuportáveis
/este é meu caminho.
Vi numa roda de malhação de judas
O bisneto de Augusto dos Anjos e no bonde
/a bisneta de Cora Coralina
só me falta dar de cara
com os sobrinhos de Bandeira.
Num encontro ancestral estaria Paraíba/
Pernambuco / e Goiás.
Paulo dos Anjos vem me beijar
cheio de farinha de trigo...
Ele é o ator principal
da peça que se desenrola
No Largo dos Guimarães.
Ai minha Santa Teresa saudades tenho de ti.
Desço a Ladeira pela André Cavalcante,
/ rua em que morou Carmen Miranda.
Com um pedaço de pau
afugento os cachorros...
Só então me recordo do sonho...
uma onça roubava /
os cigarros de Ícaro
e fumava tirando onda
/com minha cara.
Com “a neura”
do sonho voltei para as escadarias
/e subi no bonde que apontava.
Hoje não é meu dia
Eu detesto Hoje.
Eu quero matar/sangrar/
retalhar o dia de Hoje.
Hoje eu sou Anne Sexton
naquele poema-pesadelo
“A mulher do fazendeiro”:
“(...) e ela o desejava aleijado
ou poeta, ou ainda
/mais solitário,ou, às vezes,
melhor, meu amado morto.”
(rosa kapila)
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário