quinta-feira, 20 de maio de 2010

FERVA VOCÊ, A MINHA TEMPERATURA
“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”
( Paulo Freire )
Para minha querida irmã Ana Vitória de Carvalho Santos


Neste século não há igrejas para curar a alma.
Conto as pílulas de Ícaro Kapilo em minha mão: beleza de corolário.
O Limbitrol é lindo! Verde e rosa que nem mangueira.
Dor, dolor,dolores,dolorido,dolorium
Eureka!
O sangue se move!
Querida memória minha que dança, vou me queixar a Flaubert,
/a maior autoridade em adultério.
Eu não ignoro nem um inseto, imagina o amor...
Aquele calor gostoso que vem da espinha e nos deixa de orelhas quentes.
Quero-te febre,bêbado,caótico.
Estar contigo numa praia de Formosa, numa noite escura.
Tenho que carregar meu sexo numa Caixa de Pandora para me movimentar.
Neste instante sou abelha com pontos escuros nas asas meu amor se
/movimenta como um germe móvel com aparência de uma vírgula.
Se eu pudesse matava esse amor em pleno vôo pela Rio Branco.
Parece que um mosquito tigre listrado me picou.
Um dia eu te pego numa armadilha com clorofórmio.
Eu, um animal selvagem picada pela mosca tsé tsé te transmito em sonho
/as minhas provocações.
Gostoso seria morar em Zululândia com fratura não soldada no braço.
Sempre tive uma boa relação com as moscas, tomaria quinino em
/vez de Amytril.
Ele me causa tremores tanto quanto o demônio preocupa o Vaticano.
Forro minha cabeça de chapéus e tricôs.
Meu jogo favorito é girar minha sombrinha inconveniente
/quando na chuva corro atrás de ti.
Tiro toda a roupa para os reflexos solares de meu espelho,
/que é especialista em cérebro.
Como andam meus fagócitos?
E minha febre pintada?
Queria uma noite prolongada de anjos mas sonho com terríveis bubos.
Fico com medo de ter “suor inglês” uma doença incurável e misteriosa.
O céu chorando comigo minha vida, me banha.

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