domingo, 2 de maio de 2010

CHOVE ANJO DE ESTREIA

“Mordei, pois, esta carne palpitante.

/feras feitas de gaze flutuante...

Lobas! Leoas! Sim, bebei meu sangue!”

( Antero de Quental )

Para meu amigo Braz Uzuelle, agora, anjo no céu.



Eu fujo nas biqueiras de minhas botas.

Comprei um café na Colombo mas só bebiquei...

Que vontade tenho de pedir uma droga!

Destrua-se Cartago!

Meu amor, foi só uma coincidência de flores

Vou fazer minha despedida, hoje, no cemitério.

Vamos ter uma grande noite esta noite.

Os altos e baixos da natureza humana me deixam assim:

/com cheiro de tabasco.

Eu sei caminhar sobre as mãos das pessoas

Sempre fui esperta e escolada.

O amor escrito vem aí

Porque gosto de olhar as pessoas dormindo.

Som e Fúria de Shakespeare diz tudo.

Quero compreender o mecanismo da fantasia

Preciso anotar minhas obsessões da semana

Desejo uma carta familiar de orador romano.

Todos os meus sonhos têm sido mirados/cortados/

/esfaqueados. Vivo correndo no sonho...hiperatividade?

Preciso reler Os Levíticos

Por que essa minha vontade de ser decadente?

Eu vou e volto a dias difíceis

Meu grande prazer é jogar com as datas

Colhe o dia, gôzo!

Tenho uma vítima para rangar

O cipó acompanha o pau.








Escrito por Rosa Kapila às 02h51
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28/04/2010

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:: TE INSTALARAM EM MIM

“reminiscência,fábula,loucura”

( Jorge de Lima )

Para meu querido amigo Dailor Varela



Sigo meu amásio do céu, Alexandre O’neill concordando que “imaginar,

/primeiro, é ver. Imaginar é conhecer, portanto agir.”

Há dias odeio coisas a que não consigo responder.

Ruas, oh ruas... quem são vocês?

Oh Cesário Verde por que não vives e é meu vizinho?

Eu teria te dado amor.

Sou uma pobre amante de pé escorada numa árvore.

Meu tomateiro me dá muito mais atenção do que meu

/amor platônico.

Quero sugerir psicose sim

Freud atravessa minhas páginas.

Te daria um belo susto mastigando tua boca.

Uma senhora de fralda, num asilo me chamou de mariola.

Tento consertar a torneira defeituosa de meu banheiro

Mas o tormento continua pingando.

Tenho ossos crescidos e o bucomaxologista se grudou

A mim para analisar o dente de meu céu de boca.

Quero cuspir meu amor arruinado, antes de começar.

Sou uma mulher dupla/fixa/petrificada.

Já fui amada por um hamster chamado Jim Morrison.

Não se preocupe

Você não fez essa culpa em mim.

Lavei minhas tigelinhas e brinquei de comidinha

Eu cozinho nomes

Tu cozinhas as esperas

Ele cozinha filas

Nós cozinhamos gente

Vós cozinhais alcachofras

Eles cozinham medo e pedras

Ontem, tu eras hostil

Hoje, és um sábio.

Ah! Que vontade tenho de trancar aquela porta ( :: )




Escrito por Rosa Kapila às 23h01
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23/04/2010

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HALMOS & HALMAS

“(...) as delícias do céu estão em mim e os horrores do inferno estão em mim - 0 primeiro eu enxerto e amplio ao meu redor, o segundo eu traduzo em nova língua.”

(Walt Whitman )

Dedico esse poema a minha querida amiga Maria Luiza Ramalho.



Sobre duas mãos cruzadas que eu usei como sistemas de agrupamentos multiplicativos, criei minha base e adoto símbolos.

Quero ser como uma chinesa e registrar meus achados em lâminas de bambu. Ou em papel feito de trapos.

Sonhei que eu era amarrada por quatro cordões transversais; meu corpo era raspado e posto lado a lado com outros corpos. A chuva levou o resto do sonho.

Eu quero qualquer “Número N,” como no letramento grego.

Amo passear todo dia pelas ruas do Centro do Rio.

Depois que almocei com Ícaro na Rua do Carmo fomos à Livraria Travessa do Ouvidor.

O gato da Livraria gritou comigo e ele estava em cima de Buda.

Talvez me sinta impressionada pelos estudos das síndromes;

Li muito sobre “A SÍNDROME CRI-DU-CHAT” que em nossa Semântica

Seria “SÍNDROME DO MIADO DO GATO.”

Que se danem os gatos. Por que em todo sebo do Rio tem um (a) gato (a)?

Tem Hana, Botafogo, Açoka (rei da índia), Bolinha e até Alpha...

Por que há pessoas que miam?

Sei que existem seres que piam.

Não pude dedilhar os livros por causa do grito do gato, que é gata Palmira.

Levei Ike à faculdade e fui ao mar.

Tive um frenesi quando a onda do mar pediu para sentar-se

Perto de mim... aproveita; enquanto estou desesperada.

Seixos e gravetos me olham

Pássaro que voa ninguém mata.




Escrito por Rosa Kapila às 15h32
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18/04/2010

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ROSTO DE CARNE CRUA

“O humor é a delicadeza do desespero”

( Carlito Maia – 1924 – 2002)

Publicitário Mineiro

Dedico esse poema a minha amiga Silvana Owen



Tenho três problemas famosos

O primeiro é transfinito

O segundo forma três números complexos

O terceiro: nada é palpável.

Tento tirar o texto da panela quando leio: “ lá vem o grito

/mudo dos invisíveis.”

(...) é palpável, é pedra e cal (...)

Daria tudo por um pequeno nada.

Quantas coleções de demônios eu já joguei fora?

Vejo o rapaz tão pobre, sentado no chão da Ouvidor

/ e uma placa: “ Vendo ninho de passarinho.”

As letras caligrafadas formavam lagos de lágrimas.

Hoje o sol me molestou de dia, e, a lua, de noite.

Lanço meus pés borbulhantes dentro de tuas portas

/ensapatadas...

O cheiro de desprezo, chegou, porque penso muito

/no berço da matemática demonstrativa.

Mas quando ele funga assim no meu cangote!

Ai!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!






Escrito por Rosa Kapila às 12h20
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09/12/2009

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COSTAS CORCUNDAS CABELUDAS & DRINQUE MOLHADO

“Se calo, estou contemplando, se durmo, sou preguiçosa”

(Madre Teresa de Jesus )





Os quatro dragões de ouro

/da Tiradentes, rebrilham

no apagão.

Acho que só eu vejo, pois

/fugi do calor jogando o lençol

/pra cima.

Ah se eu tivesse os salmos como

/ofícios!

Escolheria meu melhor amigo: Salomão.

E não seria essa chapa rosa.

Pecaria bem

Porque no escuro eu peco melhor.












Escrito por Rosa Kapila às 18h46
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02/12/2009

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CONVITE:

Estarei ministrando palestra

Sobre minha Literatura Infantil e Juvenil

No Colégio Municipal Maranhão, amanhã

Dia 03/12/2009, às 11 da manhã.

Av. João Ribeiro, 389 – Pilares – Rio/RJ

Fone: 2596 -9038

www.rosakapila.zip.net


Escrito por Rosa Kapila às 19h30
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28/11/2009

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UM OLHANDO UM & UM OLHANDO OS OUTROS

“O coração em paz vê festa em todas as aldeias”

(Provérbio índio )

Para meu amigo Edson Melo



Cavuco os segredos de meus armários escuros, porões

/e quartos silenciosos.

Qual labirinto obnublado foi esse que me deu todos

/os sabores?

Pedaços de informações para perder o medo de

/estar errada.

Vôo até Sêneca com seus dramas vingativos

/e seu beijo final em meio à bruma.

Quero ser estimulada pela novidade da

/experiência imediata.

Meu corpo-mamífero-humano de bilhões

/de anos vira pedaços do ser.

O sol passa por mim como uma visão

/e finge que não me vê.

Blake me oferece rosas coradas

/quando o fecho de minha bolsa prende

/minha mão.

A poesia é biológica, não tem jeito.

Meus neurônios gritam para meus tímpanos

Ansiedades

Nostalgias

Devaneios

Carne pensante, faça sua saudação

/àqueles que me lêem.


Escrito por Rosa Kapila às 00h01
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22/11/2009

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MOLHANDO O CAFÉ II

“Sou uma leitora obcecada. Sempre

que leio um livro tenho ideias que adapto

à minha vida”. (Rosa Kapila)





Salguei alguns livros para afastá-los

/das formigas... no decorrer de três meses,

/estavam molhados.

Agora, o sal insosso deixou os livros desminliguidos.

Mesmo assim, com o resultado caustrofóbico

/vou me arrastando até a fotografia de Deus, antes de

/salgá-la.

As traças não foram embora.Tampouco as formigas.

E nem as lagartixas.

Apenas os ratos odiaram o sal grosso.

Eu, ossuda, sem firmeza nos pés obnublados

/acompanho o vôo do pássaro cauteloso,

/no galho de um pé de graviola.

Estas cenas estão na peça que o Zé

/teatraliza.

Faço a vez da atriz com quem ele contracenará.

Deixo os pássaros fugirem floresta adentro.

Para desfazer o mal entendido ponho um gorro

/branco que um dia foi de meu filho Ícaro

/e escancho no cabo de vassoura...estou num cavalo

/que trota...

Zé pede para que eu requebre...

Acabo a cena sufocada. Há anos não faço teatro!

“Estou é quebrada”

Na casa desse meu amigo até os gatos

/são pintados

e tudo que chega ali vira peça de teatro.

No final do texto, dançamos ao som de

“Molhando o café”

Na verdade, molhados estavam os livros

Soltos os passarinhos

E as tanajuras passeando

Entre as lagartixas ariscas.

Rimos muito... até porque essa música

/é muito estranha...






Escrito por Rosa Kapila às 14h33
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12/11/2009

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PROCURO ESSE QUE TRAZ MEU CORAÇÃO COM ELE

“Há cordas no coração que melhor seria não fazê-las vibrar”

( Charles Dickens )

Para: Maria Aldenires de Sousa Lima



Procuro você que traz meu coração com ele

/para dizer que vi quando a onda beijou o pé grande

/do efebo... nem Pégaso nem Perseu quiseram

/meu marido ser.

No firmamento de sol ardido

Bato contra o céu o olho; com minhas asas, escrava-anjo-nua,

/peço para terem cuidado com a minha letra miúda

e digo para as estrelas escondidas que procuro esse

/que traz meu coração com ele para dizer-lhe

/que tenho uma casa feliz, de ninho voador e um urubu

/da floresta vizinha que me dá bom-dia: só às vezes.

Procuro você, que traz meu coração com ele

/concordando que me repito só para me ver;

/mas tem dia que desvio-me de mim. E sei, pois alguém

/já me disse que ar tenho de degenerada.

Fecho o livro sobre estrelas e penso em meu amor

/que domina meu ar de altivez.

Um grande amigo me pergunta: quando poderei

/aproveitar a experiência alheia em meu próprio

/benefício?

Não respondo, pois procuro você que traz meu coração

/com ele e sinto meu pensamento se entrelaçando

/no seu e a chorar lágrimas de céu morto e vermelho

/de fogo; vejo no subúrbio os andarilhos e comboieiros

/que mamãe seguiu.

Divago

Divagas

Devagar; pois continuo procurando você que traz

/meu coração com ele e teço encantos em olhos cor

/de sangue para usufruir de boca que embriaga

/suspiros de amor/olhos/sombra/noturnos febris.

Nesse exato momento tenho inveja dos pássaros que voejam

/ em minha janela; as asas sacudidas escondem de

/mim um pedaço de céu azul.


Escrito por Rosa Kapila às 22h01
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Sou grata a eles que me trazem alegria e ideias novas.

Eles me escutam também; aqui onde sou uma forte

/exilada e designer de penhascos solitários.

Procuro você que traz meu coração com ele

/para dizer que coloquei em bolsa o meu passado bem

/amado e dou pra algumas águias que viajam pelo mundo

/afora um travor de meus antigos dramas; aqueles

/ódios que cobri com os lençóis.

Oh alma amada, será que a essas horas estás voando?

Ele me diria eu sei, cada livro é um combate

/e certeza tenho que és capaz de mudar a noite

/só para inventar nomes e rasgar.

Firmo e assino, alguns pensam constantemente que engolem

/o teu mundo; todavia quando todos dormem a viração

/se dá nos benditos sustos: cobra, lagartos, plantas

/carnívoras.

A Rosa dá o espinho que tem.

Lê pra teu anjo da guarda... lindo que nem tua sorte.

Flor do céu

Flor da terra

Quando estava sonhando com Deus, me acordaram

/para continuar procurando você que traz

/meu coração com ele.










Escrito por Rosa Kapila às 21h56
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28/10/2009

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RUA DA CARIOCA

“Calo-me, espero, decifro.

As coisas talvez melhorem.

São tão fortes as coisas!”

( Carlos Drummond de Andrade)

In poema: Nosso Tempo, do livro

“A Rosa do Povo”





As majestades viveram aqui onde a natureza

/já ficou velha e a morte morre muito mais.

As princesas, agora belas defuntas

/cavalgaram charretes e entre sombreiros

/farfalharam saias.

Antes, Rua do Piolho e após, do Egito.

Animou os dias de Machado jogando bola.

Ele foi criança e um dia usou calção.

Um quarteirão apenas para balançar bolsas.

Eu fujo

Tu foges

Dos ventos da Carioca.

Eu amo

Tu amas

E fervem os corações anônimos.

Vem, que a noite corre atrás de nós.

Aqui, namorados se enlaçam, se entrelaçam

/ e se dispensam.

Eu também já sofri de amor cariocando entre

/vendavais e trovoadas.

Chorei chuva e me atolei no cruzamento

/da Paraguai com a bifurcação da Rua do Verde de flores

/banhadas.

Livros/louças/bancos/correios e o Rei das Facas

/tem parede de oitão com as malas, malinhas, maletinhas,

/malão.

As árvores que se abraçam me abraçam enquanto

/estou amuada esperando o ônibus em frente ao Pilão

/de Pedra.

Elevo o olhar para o Monte Castelo

/e o Convento de Santo Antonio.

Lá vem a noite brigando com a noite.

Uma velha manca virando a noite na janela

/do sobrado pita um cigarro de macumba.

Apenas um quarteirão e cabe A Guitarra de Prata/ O Bar

/do Luiz/ O Cine Íris/ O Boteco Sinfonia Carioca/ O Cine

Ideal que Rui Barbosa abençoou/ O Pilão de Pedra que

/ um dia foi “Zicartola.”

E o primeiro Restaurante Vegetariano do Rio de Janeiro –

/paraíso dos naturebas.

Molambos entopem bueiros e quantos olhos morreram

/só ao te olhar.

Carioca, eu já caí na curva de tua lona!






Escrito por Rosa Kapila às 00h45
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24/10/2009

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PLACA

“Nunca permiti que a escola

Interferisse na minha educação”

( Mark Twain )







ESCREVO PARA ESBAGAÇAR

AS MINHAS TRIPAS.

É ESTA A ALQUIMIA DE MEU VERBO.




Escrito por Rosa Kapila às 00h04
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Escrito por Rosa Kapila às 21h51
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18/10/2009

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“MOLHANDO O CAFÉ I”

“Prazer maior que possuir uma biblioteca

é cavaquear sobre livros.”

(Charles Nodier )



Meu amigo Zé não vai à praia. Vai ao bar.

Enquanto como arroz branco com

/um montinho de ovos

/dou aquele grito mágico para que

/o Zé salve a Mãe-Terra e pense em sua salvação.

Ele faz o teatro: oh! Mundo/ ou Aurora!

“Me lembra querida que Cristo

/está me esperando!”

Gaiolas penduradas em sua casa

/me levam para cidades onde o acalanto

/ é gravado por pássaros de plumas vermelhas

É a nova peça do Zé.


Escrito por Rosa Kapila às 13h11
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04/10/2009

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TWITTER 1 - rosakapila - Blanchot - lembra da cena do filme? "Se essa lupa fosse perfeita dava p ver Deus no paraíso!" bjs www.rosakapila.zip.net30 minutes ago from web

rosakapila

Escrito por Rosa Kapila às 20h29
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